Sempre gostei de Woody Allen, acho curioso a forma como ele consegue fazer filmes com uma qualidade excelente sem necessariamente se prender a um estilo. Match Point me foi indicado por uma amiga, também admiradora do diretor, ela não entrou muito no enredo, mas sabendo os estilos de filmes que mais me interessam, acertou na indicação.

A história se passa na alta classe londrina, Chris é um professor de tênis que não quis seguir carreira, por cansar das cansativas viagens, mas também não está satisfeito com a posição que ocupa. Ao conhecer  Tom Hewett (Matthew Goode) um aluno seu com muitos interesses em comum, logo torna-se amigo do rapaz que vem de família rica. A irmã de Tom, Chloe (Emily Mortimer), se interessa por Chris e eles iniciam um relacionamento sem muita expectativa da parte dele, não havia paixão, era uma situação claramente confortável, mas apenas isso. Os pais de Chloe simpatizam com Chris e estimulam o relacionamento da filha com o rapaz e ele percebe ali uma oportunidade de crescer na vida e a agarra.

Tudo parecia estar sobre seu controle, até que ele conhece Nola Rice (Scarlett Johansson), uma atriz frustrada, linda e sensual, noiva de seu amigo Tom. Chris fica totalmente seduzido por ela e não consegue tirá-la da cabeça, logo eles acabam tendo um caso. O sex appeal do casal de amantes é sensacional, as questões que permeiam o relacionamento deles são a culpabilização por estarem cometendo uma dupla traição, misturado as incertezas sobre o que seria certo e errado. Enquanto Chris diz a Nola que vai largar Chloe para ficar com ela, ele na verdade não tem a menor pretensão de fazê-lo, ele quer tudo, dinheiro, uma carreira de sucesso na empresa do pai dela, status e sabe qual o caminho que tem que percorrer para isso.

Quando Nola engravida e o pressiona para que fique com ela, Chris se vê sem saída, até onde ele seria capaz de ir para se tornar o que sempre quis ser? Os interesses pessoais ficam acima da moral e da ética, os fins justificam os meios e as coisas caminham para que ele faça tudo que ache necessário para que seus planos não sejam abalados por nada ou ninguém.

Outro fator muito bem representado no filme foi a sorte. No início do longa há um monólogo que diz “Eu prefiro ter sorte a ter bondade”. O desfecho do filme mostra isso, de forma surpreendente.

O drama com um misto de suspense e com várias questões psicológicas, toca em questões como moral, pudor, verdade e mentiras, paixão, interesse, ambição. Do tipo de história que narra algo de forma a prender e instigar. Com um roteiro muito original que lhe rendeu indicação de Oscar, o diretor nos presenteia com um longa que mesmo quando acaba, fica em nossa mente.

 

 

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