Helmut Berger, ator (Helmut Berger, actor) – Áustria, 2015. 90 min. Direção: Andreas Horvath

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Exibido no Festival de Veneza em 2015, o documentário “Helmut Berger, ator” (Helmut Berger, actor no original) expõe de maneira crua e nua (literalmente), o ator austríaco Helmut Berger, ícone da beleza dos anos 70, descoberto aos 20 anos pelo diretor Luchino Visconti. Berger que era freqüentador do Jet set internacional e tinha como amigos, Romy Schneider, Mick Jagger, Twiggy e Brigitte Bardot, trabalhou com diretores importantes como Vittorio de Sica, Tinto Brass e Joseph Losey, mas sua carreira declinou em função da idade e de sua própria decadência.

Helmut Berger, que vive em um modesto apartamento entulhado de lembranças, em Salzburg da Áustria, é hoje aos 70 anos, uma grotesca caricatura sobrevivendo como uma diva em uma bolha de arrogância e prepotência. A relação com a câmera é a pior possível, mas o diretor consegue captar com muita crueldade a ruína física, afetiva e mental de um ator paranóico que vive das glórias do passado. Horvath também acompanha a idosa faxineira de Helmut que, enquanto limpa o imundo e apertado apartamento, discursa sobre a sua triste condição depressiva (ironicamente a senhora faleceu durante as filmagens). Os recados deixados por Helmut na secretária eletrônica, com mensagens ora vulgares ora amigáveis, são como um grito desesperadamente íntimo por atenção refletindo a mórbida relação de amor e ódio entre o diretor e seu “ator”.
Classificado por John Waters como o melhor filme de 2015, à frente de uma lista que incluía “Carol”, “Cinderella” e “Mad Max”, o documentário quebra paradigmas acessíveis quando o ator se masturba e realmente ejacula para a câmera, colocando-o como uma das mais dolorosas, perturbadoras e obscenas sequências que o cinema jamais realizou.

“Helmut Berger, ator” é um retrato de horror comparado ao filme de 1962, “O que aconteceu com Baby Jane” de Robert Aldrich onde duas irmãs decrépitas, ex estrelas de cinema, se duelavam em uma casa mofada com aspecto de museu.

 

Obs: O documentário ainda não tem data de estréia no Brasil

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