depalma_miniposterDono de uma filmografia invejável e responsável por alguns dos filmes mais marcantes dos últimos 40 anos, Brian De Palma se tornou um verdadeiro ícone entre os diretores americanos para cinéfilos de todas as partes do mundo. Algumas de suas ideias mudaram diversos gêneros, especialmente o suspense e o terror, de maneira praticamente definitiva. Mas, como todos os grandes cineastas, colecionou incríveis sucessos e, também, retumbantes fracassos, que, no fim das contas, não tiraram dele o respeito que conquistou entre seus colegas e admiradores.

Avesso a entrevistas e badalações, Brian De Palma não costumava aparecer em público para falar de si mesmo ou de suas realizações. Até que, um dia, os diretores Noah Baumbach (de “Frances Ha”) e Jake Paltrow (de “Sonhando Acordado” e irmão da atriz Gwyneth Paltrow) resolveram entrevistar o cineasta na casa de Paltrow e gostaram tanto do resultado que resolveram fazer um documentário com esses depoimentos. Assim, “De Palma” (idem, 2016) é um verdadeiro deleite para os fãs do diretor, mas também para quem gosta de um bom cinema, mesmo que o filme não seja nada inovador em seu formato documental, já visto em outras produções do gênero.

Sentado numa cadeira e falando diretamente para a câmera, De Palma conta como começou sua carreira como diretor e seus primeiros trabalhos com atores que, mais tarde, se tornariam astros como Robert De Niro e Harvey Keitel. Ele também revela detalhes de todas as suas obras, algumas com forte inspiração do mestre Alfred Hitchcock (visto por muitos como seu discípulo), passando pelos sucessos de público e crítica, como “Irmãs diabólicas”, “Carrie, a Estranha” (onde até tira sarro dos remakes feitos posteriormente), “Vestida para matar”, “Scarface”, “Os Intocáveis” e “Missão Impossível”. Mas também fala daqueles que não foram tão bem recebidos (embora alguns sejam bastantes cultuados) como “O Fantasma do Paraíso”, “Dublê de Corpo”“Um tiro na noite”, “Síndrome de Cain” e “O Pagamento Final”, entre outros, assim como os fracassados “A Fogueira das Vaidades” e “Missão: Marte”, além dos filmes que fez na Europa, como “Femme Fatale” e “Paixão”.

O que torna “De Palma” irresistível é saber curiosidades sobre os filmes do cineasta contadas pelo próprio de uma maneira simples, mas completamente cativante. Além disso, o documentário mostra como é difícil para um diretor se manter em Hollywood, por causa das imposições dos produtores que muitas vezes impedem os realizadores de terem sua visão de uma história levada para a telona da maneira que ele imaginou. De Palma teve vários embates com os engravatados dos estúdios e deixa claro, no filme, que nem sempre levou a melhor.

Se há uma coisa para criticar essa produção é o formato “quadradinho” e sem nenhuma inovação, bem semelhante a diversos programas vistos em canais de TV a cabo. Mas, mesmo assim, o saldo final é mais que positivo e, ao fim da sessão, dá até vontade de ouvir mais histórias. E desejar que Brian De Palma volte a fazer mais filmes e encante o público mais uma vez.

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