Delicadeza e beleza numa obra muito expressiva do cinema Alemão, daqueles filmes que impactam e ficam por um bom tempo em nossa cabeça, o longa “Tão perto, tão longe” é extremamente emocionante. Do Diretor Alemão Wim Wenders, mesmo de “Asas do Desejo” (esse longa é a sequência dele), mostra a história de anjos que observam as pessoas em Berlim, não é permitida a interferência na vida do humanos. Os anjos tentam a sua maneira, dar força para que as pessoas consigam levar suas vidas, difíceis e cheias de provações, e não podem vê-los. Eles presenciam as mais difíceis situações e lamentam por a maioria das pessoas não crer na presença e existência deles, sabem que o coração endurecido matou a credulidade nos humanos que acham que não tem nenhuma força que os proteja, apenas a vida, dura e fria.
Cassiel (Otto Sander) é um dos anjos, ele assim como tantos outros que transitam pela cidade, zela pelas pessoas e tenta emanar boas energias para elas. Ele acompanha a vida de inúmeras pessoas e quando uma garotinha se desequilibra e cai de um prédio, ele desobedece a regra num impulso e a salva, sendo por isso transformado em humano. Cassiel sempre teve uma grande curiosidade de saber como é a vida dos humanos, como eles sentem, veem, se sentem, por que são tão apegadas as causas terrenas e por qual motivo não tem as percepções semelhantes a dos anjos, ele acredita que se fosse humano poderia ajudar melhor os outros; quando ele finalnalmente vira humano, assim como seu amigo Damiel (Bruno Ganz), casado e funcionário de uma pizzaria, ele viverá toda a saga de se adaptar a vida de uma forma que ele nunca pode imaginar, mesmo assistindo durante toda sua existência como eles viviam.
O filme mostra a realidade de uma Berlim após a queda do muro, que tenta se reerguer novamente unificada. As pessoas sentem-se ainda desorientadas e sem esperança. Uma hostilidade entre os seres humanos está presente durante todo o filme, que retrata a tristeza que Berlim vivia.
O longa mostra o amor dos anjos pelas pessoas, e como sua forma de enxergar o mundo é diferenciada, como uma visão diferente da situação pode mudar tudo, uma tentativa de resgatar a pureza no olhar e filtrar as coisas negativas e destrutivas do mundo; tentando mostrar que a humanidade está “cega” de bondade, amor e compaixão e somente uma mudança de perspectiva poderia alterar isso. Um daqueles filmes que nos comovem do início ao fim.
