Esse é o último filme que terá Hugh Jackman e Patrick Stewart em seus icônicos personagens Wolverine e Professor Charles Xavier. Nesse filme o diretor James Mangold acertou em cheio no caminho para deixar enfim, um filme digno para o personagem mais carismático dos X-Men, já que os outros filmes anteriores, “Wolverine – Origens” e “Wolverine – Imortal” não cumprem com a tarefa.

James Mangold além de dirigir criou a história e escreveu o roteiro junto com Scott Frank e Michael Green baseado nos quadrinhos “O Velho Wolverine” escrito por Mark Millar.  O filme se passa no ano de 2029  e que dos X-Men sobrou apenas, Logan e Xavier. Com os mutantes praticamente dizimados, Wolverine precisa trabalhar para viver e cuidar do Professor Xavier que em 2029 tem 90 anos e pelos sintomas é portador de Alzheimer. Para uma pessoa comum já é difícil e para o mutante mais poderoso do mundo é um perigo eminente para ele e para os outros.

Para ajudá-lo na tarefa, Logan conta com Caliban, um ex-farejador de mutantes. Os dois precisam cuidar escondido do Professor. Ao mesmo tempo que Logan passa por seus dilemas, tem que lidar com o Professor doente e idoso, muitas vezes não se lembrando de muitas coisas e pessoas. Logan também está doente, seu poder de cura está diminuindo gradativamente. Ele trabalha como motorista de Limousine e vive infeliz com esse trabalho. Em meio a tudo isso, surge Laura, uma menina de 11 anos mutante como Wolverine, a filha que ele não sabia que tinha. Para proteger a menina, Caliban e o Professor, Logan entra numa jornada típica das velhas missões com os X-men. Fugindo de cientistas que querem fazer o de sempre, experiências com mutantes para transformá-los em armas.

Os personagens são bem construídos, tem carisma, é fácil se identificar com eles e se emocionar. Os atores estão ótimos! Além Hugh Jackman que tem uma interpretação mais intensa do personagem e Patrick Stewart que tem momentos belíssimos como uma de suas últimas cenas onde um instante de lucidez e conversa com Wolverine. A jovem atriz Dafne Keen tem talento de sobra e nos mostra uma Laura que tem muito do Logan. Dafne interpreta muito com os olhos e mostra as diversas emoções da garota, além de ter um desenvolvimento corporal muito bom nas coreografias de lutas e no uso de seus poderes. Ela entrou de igual para igual com Jackman e Stewart. Para interpretar Caliban, a escolha foi o britânico Stephen Merchant que trouxe naturalidade ao personagem. Boa surpresa foi ver Eriq a Salle, ator da série E.R entrar nesse universo e matar as saudades dos fãs. Ele também está muito bem como uma das pessoas que cruza o caminho com o Logan, Xavier e Laura.

Tecnicamente o filme é impecável! Tem belas tomadas e um bom ritmo.  A linda fotografia de Jonny Mathieson valoriza muito as locações e adereços de cena criados pela direção de arte do francês François Audouy e os personagens caraterizados com um belo e harmônico trabalho entre o figurino de Daniel Orlandi e a Maquiagem combinada de jonny Bullard, Daniel Cassilas e Gloria Pasqua Casny.  A maquiagem impressiona com os contrastes de velho e novo, além de hematomas e etc. Os Efeitos visuais e sonoros são espetaculares. Apesar de não ter nenhuma inovação, é espetacular na execução. Uma das coisas difíceis hoje no cinema é o abuso do uso desses efeitos e em Logan os efeitos estão na medida.  A trilha sonora assinada pelo Italo Americano Marco Beltrami proporciona o clima certo para cada cena. A montagem mostra o quanto é importante no filme. Michael McCusker e Dirk Westervelt optaram por uma montagem ágil e precisa.

O resultado final é um filme que é mais que um simples entretenimento.  Logan é um filme que tem história para contar, fala de relações humanas, o contraste das idades e seus dilemas e um aprendizado para quem quer fazer cinema em como é possível conciliar os bons trabalhos individuais para atingir o objetivo do ótimo trabalho coletivo.

Existem vários tipos de família e Logan deixa claro que não importa qual é o formato da sua família, o importante são os vínculos que essas família trazem para cada indivíduo.

E nisso, Logan conseguiu! Encerra um legado como não apenas um dos melhores filmes de super-heróis do cinema, mas como também um dos ótimos filmes de 2017!

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