É uma comédia dramática comovente do começo ao fim. Baseado em fatos reais, o filme conta saga de um cãozinho que entrou na vida dos “Grogan” para mudar o rumo das coisas. Inspirado na obra: “Marley & Eu: A vida e o amor ao lado do pior cão do mundo” de John Grogan e adaptado para o cinema por Scott Frank e Don Roos que conseguem retratar de forma comovente esta história.
A narrativa é feita de forma reflexiva pelo protagonista que conta sua trajetória em família com o “pior cão do mundo”. A vida gira em torno do casal de jornalistas, recém casados que resolvem se aventurar em uma cidade com um clima mais quente. Vivido pelos talentosos: John (Owen Wilson) e Jenny (Jennifer Aniston) que possuem uma relação de pura cumplicidade e após a adoção (compra) do “cãozinho de liquidação” sugerida por Sebastian (Eric Dane) colega de trabalho e amigo de John, a vida do casal muda para sempre.
O diretor David Frankel consegue capturar o PV de John que desde o começo se mostra preso as chantagens emocionais de Marley, nome escolhido aleatoriamente por estar ouvindo Bob Marley no rádio do carro. O filhote de ladrador consegue comover o casal através do seu jeitinho especial de tratar seus donos que acabam sempre cedendo aos seus apelos.
A rotina do casal com seu animal de estimação é uma novidade atrás da outra, pois seu cachorro é muito temperamental. Nem a promoção de John para receber mais como colunista o empolga, mas ao relatar “As Aventuras de Marley” consegue entreter seu chefe ao ler, pois a narrativa vivida com seu cachorrinho é verdadeira, o que torna o texto agradável de ler.
O diretor faz a passagem de tempo de maneira sutil, pois através de seus takes, mostra o dia a dia deste casal sem filhos com seu cão de liquidação, mas logo após a perda do primeiro ainda no ventre, Jenny engata uma gravidez atrás da outra. Narrando as frustrações do casal: ela por ter aberto mão da profissão; ele por escrever para uma coluna e não crescer profissionalmente, como seu amigo Sebastian, solteiro convicto e quase roupem com um casamento durante uma crise conjugal, mas resolvem superar juntos na companhia de Marley.
A trilha sonora é um show a parte nesse longa com muitas emoções. A chegada da caçula fortalece ainda mais esta união, mas nosso protagonista ainda não se sente plenamente realizado no trabalho e a chegada aos 40. A nova residência faz John rever valores em relação ao novo emprego e sente falta das colunas que escrevia. Para finalizar, o cão sensação, xodó da casa, começa a se despedir de uma forma que toca profundamente o coração de sua família.
“Para um cão, você não precisa de carrões, de grandes casas ou roupas de marca. Símbolos de status não significavam nada para ele. Um pedaço de madeira já está ótimo. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Dê seu coração a ele, e ele lhe dará o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário”?
Livro que inspirou o filme
