“Fragmentado” (“Split” no original) conta a história de Kevin (James McAvoy), indivíduo portador de TDI (Transtorno dissociativo de identidade), e que possui nada menos que 23 identidades diferentes, conseguindo fazer a troca de personalidade através da alteração química corporal por intermédio do pensamento, transformando-o num ser incontrolável.

Baseado nessa interessante premissa, M.Night Shyamalan consegue nos entregar uma trama recheada de reviravoltas que culmina num final surpreendente, característica bastante presente em seus filmes. Após um início promissor, com os excelentes “ O Sexto Sentido” (1999) e “ Corpo Fechado” (2000), o diretor cai no ostracismo com uma sequência de filmes ruins, tais como “ A Dama na Água” e “ Fim dos Tempos”. Mas ele voltou à velha forma com um thriller intenso, que mescla terror, drama e um toque de comédia.

O longa é focado em 3 pontos cruciais: As consequências de seu transtorno, fazendo com que ele sequestre 3 garotas e as mantenham em cárcere privado. Com isso, as vítimas e o telespectador vai conhecendo cada uma de suas personalidades, com ênfase na mulher elegante e na criança de nove anos de idade. Outro ponto é a relação entre Kevin e sua terapeuta, a Dra. Fletcher (Betty Buckley, que participou de outro projeto do diretor, o ótimo “ A Visita”) e, por fim, a história de Casey (Anya Taylor – Joy, de “ A Bruxa”), uma das adolescentes mantidas reféns que, por intermédio de flashbacks, nos mostra o lado obscuro da moça, que tinha problemas de estrutura familiar, tornando-a quase uma sociopata. Mas o que fica bem claro é que Kevin está desenvolvendo uma 24ª personalidade, talvez a mais perigosa de todas, intitulada de “ A besta”, que se alimenta de carne humana, com a desculpa de ser sagrado.

Por mais que a história seja muito interessante, nada disso seria possível se não fosse o peso dos atores principais que fazem parte da trama. James McAvoy, o eterno Professor Xavier de “X-Men: Primeira Classe” dá um show em cena, interpretando as tais personalidades que fazem parte da sua vida de forma competente e sem ser de forma caricata. Outra que se destaca é Anya Taylor – Joy, uma das estrelas do sci-fi contemporâneo que, após brilhar no filme “A Bruxa”, mostra mais uma vez o seu talento como a perturbada Casey.

Por fim, M. Night Shyamalan é a prova viva de que os anos na obscuridade fizeram bem para sua carreira, nos entregando um filme incrível sem ser pesado, com ótimas atuações e uma atmosfera misteriosa. Na torcida para que daqui pra frente ele fique cada vez melhor no que faz com excelência.

Trailer

http://www.youtube.com/watch?v=CWixUrbq6y8

  • FILME
4.5

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui