CRÍTICA A CABANA

Por Andrea Cursino

 

O quando o canadense William P. Young escreveu o livro “ A Cabana” não imaginou que sua obra ganharia vida sozinha. O livro foi lançado em 2007 nos Estados Unidos, 2008 no Brasil e já vendeu mais de 18 milhões de exemplares. O livro atinge um público generalizado por falar de coisas básicas do ser humano, amor, ódio, perdão, dor, redenção. Se o livro atraiu milhões de leitores não seria diferente com o filme. Então “A Cabana” ganhou sua versão para o cinema dirigido pelo britânico Stuart Hazeldine.

Se dirigir um filme baseado em um best seller premiado e aclamado pelo público e pela crítica é muita responsabilidade, imagina roteirizar?  Adaptar a história em uma nova linguagem não um desafio fácil e requer um cuidado a mais nos diálogos. Missão dada aos roteiristas John Fusco, Andrew Lanham e Destin Daniel Cretton. O roteiro é o esqueleto condutor de todo filme. É onde se constrói os personagens, e claro, que não será nunca igual ao livro, mas o importante é respeitar a essência da história e dos personagens e isso é feito.

Contar essa história em que Deus se apresenta em diversas formas e em cada uma delas, busca uma forma de chegar ao coração e a mente de Mac é a grande missão. Nan em nenhum momento perde a fé e representa aquelas pessoas que tem a fé inabalável. Ela sente a fé como se fosse o ar que respira. Ela sente a mesma dor de Mac, a filha deles morreu, mas ela tem a fé de reagir e cuidar dos outros filhos e tenta em suas orações trazer o marido de volta do mundo sombrio da depressão e revolta em que mergulhou.

Não se assuste, não é um filme depressivo, muito pelo contrário, é um filme para fazer refletir sobre diversos assuntos, e mais, um filme de esperança, de amor e renovação.

Para dar vida aos personagens do livro foram convocados Sam Warthington para interpretar Mac Philipes e Rhada Mitchell como sua esposa, Nan. Eles têm três filhos e ao perder a filha caçula cada um reage de uma forma e então a história começa.

O maior dos personagens, Deus é interpretado pelos atores: Octavia Spencer é a referência maternal de Deus, Papa Eloisa, Graham Greene é Papa Male, Aviv Alush é Jesus, Sumire Matsubara é Sarayu.

A sabedoria ficou por conta da atriz brasileira Alice Braga. Todos deram a delicadeza e força para os personagens. Um dos momentos mais marcantes é o diálogo entre Mac e a Sabedoria.

Tecnicamente o filme tem uma beleza visual e beleza emocional equilibradas. Apesar da pouca experiência de Stuart Hazeldine na direção, ele dirigiu um curta e um longa antes de “A Cabana”, ele estava muito bem amparado com o diretor de fotografia, o experiente Declan Quinn que tem em seu currículo filmes como “Despedida em Las Vegas”, “Casamento à Indiana”, “Rick and the Flash” entre outros. Quinn proporcionou uma fotografia iluminada, viva que ambienta cada momento da história e valoriza os traços dos personagens que tiveram a estética valorizada pelo conteúdo etéreo da história.

A trilha sonora é outro fator importante por localizar as intenções de cada cena e buscar a emoção nos momentos certos. Aaron Zigman é outro experiente profissional na equipe, o músico que tem 65 trilhas sonoras na carreira e agora 66 com “A Cabana”.

A montagem de William Steinkamp é delicada e tem um ritmo mais tranquilo.

A direção de arte, figurino e maquiagem apostaram na simplicidade porque o mais importante é a força do texto, da história e as atuações. O trabalho precisa ser bem feito, mas na medida.

O cenário que nos ambienta no Canadá é encantador e nos transmite leveza e paz.

Os Produtores foram corajosos em apostar em diretor novo e espero que muitos outros possam se espelhar nesse exemplo em abrir oportunidade para os novos talentos no cinema. Que venham muitos outros filmes dirigidos por  Stuart Hazeldine e venham outros novos cineastas para presentear o mundo com mais bons filmes.

 

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