Rei Arthur: Relembre as principais versões do mito nos cinemas

Personagem principal de uma das lendas mais cultuadas mundialmente, Arthur Pendragon teve as suas batalhas e seus feitos adaptados para diferentes tipos de obras, como livros, quadrinhos, séries de TV, animações e até mesmo games. Desde 1909, com “Launcelot and Elaine”, a saga do Rei Arthur ganha diferentes versões para o cinema, sendo a mais recente “Rei Arthur: A Lenda da Espada”. A produção, dirigida por Guy Ritchie (“Sherlock Holmes”, “O Agente da UNCLE”),  é estrelada por Charlie Hunnam (“Círculo de Fogo” e da série “Sons of Anarchy”), que vive o monarca antes de assumir o trono, tendo que enfrentar o vilanesco Vortigen, interpretado por Jude Law, e chega à telona em maio de 2017. Arthur também aparecerá em “Transformers: O Último Cavaleiro” e será interpretado por Liam Garrigan na quinta aventura dos robôs gigantes dirigida por Michael Bay, cujo lançamento está previsto para o fim de junho do mesmo ano.

Antes destes filmes, outros também se destacaram na época em que foram lançados e alguns deles são curtidos até hoje pelos cinéfilos. Pensando nisso, o Cinema Para Sempre fez uma lista com as principais produções feitas até agora que contaram com a participação do lendário Rei Arthur. Confira:

1) “Os Cavaleiros da Távola Redonda” (“Knights of Round Table”, de Richard Thorpe, 1953)

Primeira produção da MGM filmada em Cinemascope, a trama mostra como Arthur (Mel Ferrer), após retirar a espada Excalibur de uma bigorna cravada numa pedra, se torna rei da Inglaterra. Ele decide criar uma espécie de grupo de cavaleiros nobres para integrar a Távola Redonda e manter a paz em seu reino. Um de seus escolhidos é Lancelot (Robert Taylor), que acaba se apaixonando pela Rainha Guinevere (Ava Garner). O romance acaba sendo usado pela meia-irmã de Arthur, Morgana (Anne Crawford) e por Modred (Stanley Baker) para derrubar o rei.

Épico feito de maneira clássica e indicado a dois Oscars técnicos, o filme deu mais destaque aos astros Taylor e Garner e ao romance entre seus personagens do que ao monarca. Embora bastante datado, vale conferir pelas belas cenas de combate e o luxuoso figurino.

2) “A Espada Era a Lei” (“The Sword in the Stone”, de Wolfgang Reitherman, 1963)

A animação feita pela Walt Disney Productions conta como o mago Merlin resolveu ajudar e aconselhar o jovem escudeiro Arthur (ou Wart, para os íntimos) para que ele se torne mais confiante consigo mesmo e, no processo, aprender lições importantes sobre a vida, antes que ele se torne o rei da Inglaterra, já que ele pode ser o único a retirar uma espada mágica de uma bigorna, que o tornaria o novo governante do país.

Divertida versão da lenda do Rei Arthur, imaginando como ele seria durante a sua juventude, como um jovem que tem que lidar com questões, como o bullying (muito antes do assunto estar em voga) de seu meio-irmão Kay. Um dos destaques está na participação de Merlin, que usa seus feitiços para transformar Wart em diversos animais e, assim, descobrir um novo mundo. Além disso, vale destacar a sequência em que o mago enfrenta a bruxa Madame Min num duelo de magia bastante engraçado. Mais um grande desenho dos estúdios Disney, que pode ganhar uma versão em carne e osso, assim como “Cinderela” e “Mogli, o Menino Lobo”.

3) “Camelot” (“Camelot”, de Joshua Logan, 1967)

Musical inspirado em peça de sucesso da Broadway, o filme se centra no casamento entre o Rei Arthur (Richard Harris) e Lady Guinevere (Vanessa Redgrave), que acaba se afeiçoando cada vez mais por Sir Lancelot (Franco Nero), gerando uma crise real. Para piorar, Modred (David Hemmings), filho bastardo de Arthur, conspira para tomar o trono do pai e acabar com o reino de Camelot.

Com um elenco de estrelas de grande porte e uma produção suntuosa, o filme é recomendado para os fãs de musicais e vale como curiosidade. Harris voltou a interpretar o personagem em 1982 em um especial para a HBO.

4) “Monty Python em Busca do Cálice Sagrado” (“Monty Python and The Holy Grail”, Terry Gilliam e Terry Jones, 1975)

No Século X, o Rei Arthur (Graham Chapman) parte numa viagem pela Inglaterra para encontrar cavaleiros como Lancelot, o Bravo (John Cleese), ou Sir Robin, o Não-Tão-Bravo (Eric Idle), para formar a sua Távola Redonda e ajudá-lo em sua busca pelo Santo Graal, o cálice que teria sido usado por Cristo na Santa Ceia. Só que eles vão descobrir que sua cruzada não será nada fácil e terão que enfrentar difíceis e inusitados desafios pelo caminho.

Um dos filmes mais celebrados do grupo britânico Monty Python, o filme é um verdadeiro festival de piadas nonsense imbatíveis, marca registrada da trupe que inspirou diversos humoristas, como a equipe do Casseta e Planeta. Difícil não rir com essa visão anárquica e bem humorada das lendas arthurianas.

5) “Excalibur” (“Excalibur”, de John Boorman, 1981)

Baseado no livro “Le Morte D’Arthur”, de Thomas Malory (considerado uma das melhores obras sobre o monarca de todos os tempos), o filme mostra a história do Rei Arthur (Nigel Terry) desde o seu nascimento, passando pelo momento em que tira a lendária espada Excalibur de uma bigorna presa a uma pedra e assume a Inglaterra, sempre aconselhado pelo mago Merlin (Nicol Williamson). A trama também passa pelo seu casamento com Guinevere (Cherie Lunghi) e a traição da rainha com Lancelot (Nicholas Clay), o que faz com que sua meia-irmã, Morgana (Helen Mirren) planeje usurpar o trono com seu filho, Mordred (Robert Addie). Mas Arthur, buscando recuperar Camelot, pede que seus cavaleiros busquem o Santo Graal.

Filmado de maneira épica e sangrenta, “Excalibur” é um dos melhores trabalhos de Boorman (de “Amargo Pesadelo” e “Esperança e Glória”) e uma das mais impactantes adaptações da lenda do Rei Arthur para o cinema de todos os tempos. No ótimo elenco, os maiores destaques vão para Williamson, que faz um Merlin irônico e sagaz, e Mirren, que deixa Morgana com um ar dissimulado e vingativo. Também vale a curiosidade de ver atores que se consagrariam mais tarde, como Liam Neeson, Patrick Stewart e Gabriel Byrne, em pequenos, porém importantes papéis.

6) “Lancelot – O Primeiro Cavaleiro” (“First Knight”, de Jerry Zucker, 1995)

Prestes a se casar com o Rei Arthur de Camelot (Sean Connery), Lady Guinevere (Julia Ormond) é salva por Lancelot (Richard Gere), um guerreiro nômade, de um ataque de criminosos liderados por Malagant (Ben Cross), ex-integrante da Távola Redonda que quer dominar Camelot. Lancelot, apaixonado por Guinevere (e ela por ele), decide ir atrás dela e acaba fazendo amizade por Arthur, tornando-se seu cavaleiro. Mas a paixão proibida da futura rainha pode ser decisiva para o destino de Camelot.

Depois do sucesso arrasador de “Ghost”, o diretor Jerry Zucker não se deu muito bem com esse romance épico, mesmo contando com astros como Connery e Gere. Mas o carisma do trio principal e boas cenas de ação compensam algumas escorregadas da trama e tornam o filme uma agradável sessão da tarde.

7) “Rei Arthur” (“King Arthur”, de Antoine Fuqua, 2004)

Durante o Império Romano, Arthur (Clive Owen) realiza uma missão ao lado dos Cavaleiros da Távola Redonda, formado por Lancelot (Ioan Gruffudd), Galahad (Hugh Dancy), Bors (Ray Winstone), Tristan (Mads Mikkelsen) e Gawain (Joel Edgerton), para deixar a Bretanha e voltar para Roma. Mas ao perceber que a região precisará de alguém para proteger de ameaças externas, ele decide ficar para ajudar os bretões, contando com o apoio de Merlin (Stephen Dillane) e de Guinevere (Keira Knightley), que também mostra seus talentos como guerreira.

A ideia de mostrar a história do Rei Arthur de forma mais “realista” e sem glamour se mostra interessante, mas é mal executada pelo diretor de “Dia de Treinamento”, que nunca encontra o tom certo para torná-la mais cativante, apesar do esforço do elenco, cujos destaques vão para Clive Owen, Keira Knightley e Stellan Skarsgård, que interpreta Cerdic, líder dos bárbaros nórdicos que querem dominar a Bretanha. Vale apenas como um passatempo inofensivo.

Então, gostaram da lista? Sentiram falta de algum filme? Deixe seus comentários e até a próxima.