O que dizer de uma população, que se diz “civilizada”, mas não consegue enxergar que em uma floresta tropical há a possibilidade de uma civilização mais avançada do que o povo ocidental à época da Primeira Grande Guerra? Uma das cenas mais emblemáticas do filme “ Z- A Cidade Perdida”, onde a Sociedade Real Geográfica discute a plenos pulmões se vão patrocinar a volta do explorador Percy Fawcett (Charlie Hunnam) aos confins da Amazônia, entre o Brasil e Bolívia, que hoje em dia se encontra o Estado do Acre.

Baseado na obra de não – ficção de David Grann, o longa mostra a expedição, liderada por Fawcett, ao coração da floresta com o intuito de mapear a região extremamente hostil ao homem branco. Todavia, a garra e determinação do comandante faz toda a diferença nessa empreitada e, mesmo não sendo um exímio explorador, sua sagacidade era motivo de orgulho para seus subordinados.

Com um belíssimo trabalho de fotografia de Darius Kondjhi, o filme levanta temas bastante controversos no pré e pós-guerra, quando os grandes impérios europeus e suas colônias na Ásia, África e Américas entravam em declínio.

A direção de James Gray (Os Donos da Noite e “Amantes”) é bastante inspirada, fazendo com que nos sintamos inspirados a absorver o espírito explorador e deixar de lado questões superficiais, como o fato de acharem que o povo europeu é o “ hors concours” da humanidade, não dando margem para que outros povos possam se destacar tanto quanto eles.

Juntamente a isso, o elenco está impecável. Charlie Hunnam (No melhor papel de sua carreira), nos traz um Percy Fawcett determinado, obcecado para encontrar essa civilização perdida em detrimento de sua vida e sua família. Mas que se destaca nesse filme é Nina Fawcett (Sienna Miller), a fiel esposa do protagonista. O seu papel é o retrato da mulher daquela época, que luta pela igualdade de direitos mas, ao mesmo tempo, tem que cuidar da casa e dos filhos na ausência do marido que estava em missão. Palmas calorosas para ela. Além deles, não podemos deixar passar o Robert Pattinson, que a cada trabalho ele consegue mostrar seu valor e deixa para trás o papel mais famoso de sua carreira na saga ”Crepúsculo”.

Por fim, vale a pena ver essa incrível história de superação, que serviu de inspiração para muitos outros exploradores com o passar dos anos, proporcionando descobertas inimagináveis.

 

 

 

 

  • FILME
4.5

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