A múmia na versão de Alex Kurtzman é diferente da múmia clássica do início do cinema, e também é diferente da Múmia dirigida por Stephen Sommers estrelada por Brendan Fraser e Rachel Weiss, em 1999. Ufa é um alívio saber isso! Embora o longa tenha alguns momentos que remete ao filme com Fraser, ele não é um remake, apenas segue a linha de descobridores desenterrando o que não deveriam, uma múmia que foi aprisionada para conter a maldade dentro dela.

O filme tem tudo para ser uma aventura cheia de adrenalina e correria passeando pelo sobrenatural mundo da múmia, mas não é bem assim que a coisa acontece. Alex Kurtzman imprimiu na tela boas cenas de ação, muitos planos bonitos e abertos, bons efeitos muita adrenalina e correria, mas o roteiro se perdeu logo depois que a múmia aparece. O que é surpreendente, já que, Alex é um ótimo roteirista que tem em seu currículo os dois primeiros filmes de Star Trek, A Ilha, A Lenda do Zorro, O Espetacular Homem Aranha: A Ameaça de Electro, além das séries: Alias, Xena – A Princesa Guerreira, Hércules, Hawai – 5.0 entre outros. Como o roteiro não é dele, e a função ficou com o trio David Koepp, Christopher McQuarrie e Dylan Kussman, vamos então creditar ao diretor apenas sua função de diretor e produtor, mesmo ele tendo colaborado na história antes de ser roteirizada.

Os personagens ficaram confusos e as motivações mais ainda. A proposta inicial é criar uma série de filmes com os monstros clássicos do cinema e reunir todos em um filme, como foi feito com o universo Marvel e DC. A Universal Studios criou o Dark Universe e tem altas pretensões e já tem em seus projetos fazer filmes com nomes já confirmados como Johnny Depp e a intenção é ter Michael Fassbander e Charlize Theron na série. O problema é que o primeiro filme, não foi como o esperado. E como é o primeiro, pode dificultar muito a execução dos projetos futuros, ou servir de termômetro para como consertar os problemas e evitá-los nos próximos filmes do Universo.

Os cinco personagens centrais estão muito confusos. A múmia é vivida por Sofia Boutella, que interpretou a vilã em “Kingsman” e a alienígena amiga do sr. Scott, Jayla em “Star Trek Sem Fronteiras”. Apesar de ser boa atriz e ter carisma a Múmia de Sofia Boutella ficou sem a força do deveria ser uma múmia. E a motivação para tanta barbaridade é fútil e não convence. E essa é a primeira múmia tatuada que já vi no cinema, além de ter duas íris em cada olho. O problema não é a atuação é construção da personagem. A maquiagem é bem-feita e segue a proposta traçada pelo roteiro e valorizada nos efeitos visuais, mas a múmia como múmia ficou devendo.

O herói da história vivido por Tom Cruise também fica perdido e não está definido como herói ou anti-herói, já que sua indefinição é muita e em algumas situações o sargento Nick Morton tem incoerências claras no roteiro. Não se preocupe, não terá spoiler, por isso, vou deixar você descobrir onde estão as incoerências ao assistir esse longa.

O Vilão segue o mesmo padrão e levou para o currículo de Russel Crowe uma de suas piores atuações como Dr. Jakyll e Mr. Hyde. Um dos personagens mais interessantes dos clássicos da literatura britânica. E claramente um personagem de ligação entre os filmes pelas imagens focadas no bom trabalho da direção de arte de um dos maiores profissionais nesse setor , o britânico Andrew Ackland-Snow  que fez a direção de arte dos filmes de Harry Potter e que contou com a colaboração da equipe de direção de arte na Namíbia, o neozelandês Jules Cook de Matrix, Senhor dos Anéis, As Crônicas de Narnia e o Principe Caspian entre tantos outros. A culpa nesse caso, não é de Crowe, e sim da falta de lógica em que seu personagem foi construído no roteiro.

Os dois últimos personagens são os melhores em cena, a dra. Jenny Halsey vivida por Annabelle Wallis que cumpre sua parte como a pesquisadora que busca a múmia e o sargento Chris Vail personagem de Jake Johnson, mais conhecido pela série de TV “New Girl” e pelo filme “Jurassic World”. Como Johnson é comediante, conseguiu pelo menos fazer a plateia rir com seu zumbi fantasma, já que o personagem não faz muito sentido, mas pelo menos é divertido.

A vantagem desse longa está na qualidade técnica. Quem não ligar para a história ou não se estressar com as mudanças feitas com a múmia e Dr.Jekyll e Mr.Hyde, vai se divertir com o toda a movimentação de ação e aventura do filme.  O filme atende bem quem está interessado em correria e efeitos visuais e sonoros. Vale mais a pena assistir em sala com recursos de tecnologia como a nova 4DX do UCI, no New York City Center, no Rio de Janeiro, em X-plus, Imax, Kinoevolution, D-box, XD. São os efeitos que valem mais a pena no filme.

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