“O Casamento” é bem apropriado para o dia de hoje por ser do santo casamenteiro (Santo Antônio) que de nada lembra o filme de Arnaldo Jabor baseado na obra de Nelson Rodrigues. Produzido em meados dos anos 70 relata a história de uma família decadente e desestruturada, através das lentes do Jabor vemos o desequilíbrio emocional dos personagens apresentados.

 

Através do recurso de flash back, o roteirista e diretor, Arnaldo Jabor consegue pontuar através das situações vivenciadas, os sentimentos dessas pessoas aparentemente comuns aos olhos humanos, mas que escondem uma tragicomédia anunciada propicia das histórias do dramaturgo Nelson e registrada pelo cineasta Jabor.

 

O clássico mostra o dia mais esperado pela grande maioria das mulheres e por causa desta data, muitas verdades vêm à toa, as vésperas do casamento de Glorinha interpretada por Adriana Prieto, atriz falecida, pouco depois do fim das filmagens. Retrata a vida caótica da filha preferida do empresário através de revelações e lembranças dos personagens, no dia que antecede o casório da mimada Glorinha.

 

O drama mostra exatamente “a vida como ela é” a fundo ao entrar na vida dos envolvidos na trama. No universo rodrigueano os personagens masculinos sempre são relembrados por sua má conduta e por isso não podem ser dito como exemplo de chefes de família. A adaptação desta história para o cinema é uma forma de contestar os valores patriarcais da família tradicional.

 

O modelo de família é mostrado pelo diretor através da superexposição da protagonista que não se arrepende de colocar o seu ponto de vista nas situações vivenciadas. As sequencias chegam a expor também quem assiste pelo excesso de realismo nas interpretações, marca registrada dos personagens de Nelson. “O Casamento” adaptado pelo cineasta toca nas feridas humanas ao destruir valores enraizados na sociedade que desmoronam com o filme.

 

A filhinha mimada do papai!

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