Como se tornar um conquistador (How to be a Latin Lover) / Eua, 2017. 115 min. / Direção: Ken Marino
Com: Eugenio Derbez, Salma Hayek, Rob Lowe, Raquel Welch, Kristen Bell, Renée Taylor, Linda Lavin.

Eugenio Derbez é um popular ator mexicano que também atua como dublador, roteirista, produtor de televisão, comediante e diretor de cinema, televisão e teatro. “Como se tornar um conquistador” (How to be a Latin Lover no original) é a sua grande chance de se estabelecer como artista no competitivo mercado cinematográfico norte americano, nem que para isso tenha que usar artifícios nada originais.

Após 25 anos de união com sua velha amante (no sentido literal da palavra) Maximo (Eugenio Derbez) é despejado de sua boa vida e obrigado a retornar para a casa de sua irmã Sara (Salma Hayek) onde terá que reaprender sobre os valores esquecidos.

Aqui temos uma comédia rasgada sobre um gigolô sem muito talento que tenta envolver seu sobrinho de 10 anos na arte da sedução. É um típico caso de humor previsível gerando algumas piadas ingênuas e outras vulgares, mas sem nunca perder a constância de um arco dramático que flui espontaneamente.

Há coadjuvantes de luxo (a própria Salma Hayek, Rob Lowe, Kristen Bell), mas o grande destaque é a presença de Raquel Welch, sex symbol dos anos 60, que aqui aceita zombar de sua própria imagem na sequência onde suas próteses são arrancadas em uma festa. Como uma boneca descartável Welch se submete ao escárnio apenas para nos prevenir sobre a efemeridade da juventude e os riscos de se manter jovem a qualquer custo, recado muito bem vindo para a sociedade atual.


Apesar do apelo extremamente popular, “Como se tornar um conquistador” tem um pequeno charme ingênuo que seduz o espectador pela autenticidade de uma trama sincera e brega e por mostrar que sedução não tem a ver com magia e sim com a verdadeira confiança em si mesmo.

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Zeca Seabra – Cinéfilo carioca com formação em Comunicação Social pela Puc em 1980 e em Hotelaria pela Estácio de Sá em 1983. A partir de 1995 participou de vários cursos e em 2006 começou escrevendo textos críticos para o blog paulista “Cinema com Pipoca”, um dos primeiros a tratar do assunto. Desde 2010 participa de debates e encontros com textos já publicados em catálogos de mostras especializadas. Em 2016 participou da oficina crítica cinematográfica com o renomado crítico francês Jean-Michel Frodon. É membro da ACCRJ (Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro) desde 2013 e crítico do site Almanaque Virtual.

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