A Guerra do Fogo (La Guerre Du Feu) / França, Canadá 1981. 100 min. / Direção: Jean Jacques Annaud / Com: Ron Perlman, Era Dwan Chong, Everett McGill, Nicholas Kadi

O esboço que Kubrick traçou no prólogo de “2001 – Uma Odisséia no Espaço” está completamente detalhado neste manifesto de Jean-Jacques Annaud, sobre o percurso da vida.

“A Guerra do Fogo” é uma co-produção (França/Canadá/Eua) onde percebemos como a evolução humana pouco mudou em 80.000 anos. Apesar de toda evolução tecnológica, continuamos buscando a mais profunda e básica ambição através da satisfação do desejo. O diretor Jean-Jacques narra a pré-história humana, tendo o fogo como símbolo máximo do poder. A ausência de diálogos é a prova perfeita de que o corpo não precisa de palavras. Ele fala por si só. O gestual expressivo e os movimentos corporais dos atores foram coreografados por Desmond Morris, autor de “Laranja Mecânica” e responsável também pela linguagem do filme de Kubrick.

A narrativa acompanha uma pequena tribo que vive isolada dentro de um território conquistado. Quando é atacada por outra tribo mais agressiva e perde a guarda do fogo (considerado vital para a sobrevivência), ela fica à mercê dos todas as intempéries da natureza e dos inimigos. Três nativos saem então, em busca do fogo, sem ter a mínima noção de como e onde encontrar. No meio deste percurso eles entram em contato com elementos novos que irão incorporar à sua tribo e assim trazer a evolução e o crescimento.

 

O conhecimento de novas técnicas a descoberta de outras opções trazem aos nativos um novo olhar sobre a sua condição humana. O filme analisa o comportamento do homem sob uma perspectiva progressiva que vai do primitivo ao evolutivo. “A Guerra do Fogo” é um interessante estudo sobre a revolução social gerando no público uma profunda indagação sobre quem somos.

Obs: Em 1983 (ano que foi exibido comercialmente nos Eua), “A Guerra do Fogo” foi indicado ao Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro perdendo para “Gandhi”, mas ganhou o Oscar de melhor maquiagem em 1983 derrubando o mesmo “Ghandi”

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