Dennis Villeneauve respeita a obra original de Ridley Scott e leva para as telas um belíssimo filme. Embora ultimamente Hollywood insiste em refazer ou criar histórias sobre antes ou depois de filmes e séries de TV antigas, isso nem sempre funciona, mas dessa vez funcionou bem. Temos um filme de Villeneauve com o toque clássico do diretor com ritmos mais lentos, mas que respeitou a obra original do início ao fim. Até a célebre trilha sonora de Vangelis foi respeitada por outro mestre da trilha sonora, Hanz Zimmer. São vários elementos que ligam o primeiro filme a esse.

Para começar temos um roteiro pensado nos detalhes para que as histórias se aliem. Algumas referências são reconhecidas por quem assistiu ao filme de Ridley Scott, como por exemplo Robin Wright está caracterizada lembrando a replicante Trix vivida por Daryl Hannah. Ryan Gosling está bem caracterizado com Blade Runner lembrando Deckard. As caracterizações foram feitas para lembrar e não para se tornarem uma cópia. Ponto positivo para o filme.

Os efeitos visuais e sonoros merecem atenção especial. E claro, que a equipe de maquiagem ajudou bastante. Os diversos efeitos usados foram tão importantes para o filme quanto o roteiro. Esse é um gênero que tem necessidade de ter ótimos efeitos, algo que transmita a realidade do mundo imaginário.  O visual envelhecido e largado de Harrison Ford mostrando quem realmente é Deckard nesse mundo pós apocalíptico foi inteligente, assim como o rejuvenescimento da atriz Sean Young para recriar Rachel ficou impecável.  Os cenários e os detalhes criados pela direção de arte de Paul Inglis, Lidia Fry, Stephan Speth, Bence Erdelyi,  Tíbor Lazar, David Doran e Gergely Rierger mostra a preocupação em fazer o melhor, ao invés de recriar o mundo não da época recriada no primeiro filme e sim muitos anos após os acontecimentos do primeiro Blade Runner.

O elenco foi bem dirigido e Dennis Villeneauve sabe dirigir seu elenco com personagens mais introspectivos e com sentimentos sentidos na intensidade, mas demonstrado com delicadeza.

Sua movimentação de câmera e a montagem nos mostram um mundo interessante com ritmo mais lento podendo proporcionar ao expectador um olhar mais analítico, mais observador. É claro que muita gente vai para a sala de cinema para comparar um com o outro, mas se permita ir mais além e ver que a proposta do filme vai além de reproduzir um universo já explorado e consagrado com um dos maiores clássicos do cinema.

 

No fim das contas, o Blade Runner de Villeneauve tem vida própria apesar de beber da fonte criada por Ridley Scott. Pode ser que não se torne um clássico, mas com certeza tem muitas análises que podem ser discutidas e avaliados na saída da exibição.

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