Em meio ao caos social que vivemos, particularmente com a crescente intolerância contra as minorias, eis que surge um belíssimo exemplar da sétima arte, onde nos é dado uma ponta de esperança e que dias melhores estão por vir. Me refiro ao longa “Me chame pelo seu nome” (“Call me by your name” no original) que conta a história de amor entre Elio (Timothée Chalamet) e Oliver (Armie Hammer, de “A Rede Social”) e é ambientado no norte da Itália, em pleno verão de 1983.

Com direção do italiano Luca Guadagnino e com um brasileiro na produção – Rodrigo Teixeira – O longa, que é baseado no romance de André Aciman, mostra a aproximação entre Oliver, estudante norte americano que vai passar uma temporada na casa de seu professor americano com o intuito de ajuda-lo numa pesquisa, e Elio, filho adolescente do mestre em questão. Num primeiro momento, os dois rapazes mantém uma certa distância mas, com o passar do tempo, a amizade deles se torna incontestável até que Elio demonstra interesse pelo visitante, ao mesmo tempo que tenta manter um relacionamento com sua amiga Marzia, com quem acaba descobrindo a sexualidade na sua forma mais plena.

Mas o que Elio não sabe é que Oliver, relutante de início, também nutre um sentimento pelo menino, mas ele consegue ser mais discreto, talvez por ser um pouco mais experiente e, com isso, não quer que o jovem rapaz se machuque.

A competente direção de Guadagnino, associado ao roteiro adaptado de James Ivory, nos entrega uma história sublime, delicada, sem apelos sexuais ou coisas do tipo. Ou seja, o amor na sua forma mais pura nos proporciona momentos comoventes como o monólogo do pai para com o filho, demonstrando que já sabia de tudo, mas com um discurso inspirador, graças à atuação espetacular de Michael Stuhlbarg (A forma na água), que interpreta o pai de Elio. Palmas calorosas também para o ator Timothée Chalamet que, mesmo com pouca idade, pode ser considerado um dos grandes talentos da nova geração, fazendo com que seu Elio transmita todas as dúvidas e conflitos inerentes a um garoto da sua idade de forma bastante madura.

Outro ponto que vale a pena ser destacado é a fotografia, onde o norte da Itália é inspirador para uma linda história de amor. Associado a isso, a reconstituição de época nos permite viajar no tempo.

Com isso, “Me chame pelo seu nome”, que foi destaque nos Festivais de Sundance, Berlim, Toronto e, agora, Rio de Janeiro, é um filme para se guardar com muito carinho dentro dos nossos corações, ao abordar um tema polêmico de forma tão natural. Super recomendo e na torcida por uma indicação ao Oscar 2018.

 

  • FILME
5

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui