Vários cineastas e roteiristas já dirigiram e escreveram, respectivamente (quando não fizeram ambas as funções simultaneamente), sobre a temática gay. Jonathan Demme, é um dos diretores que imortalizou a causa, com o seu filme, Filadélfia (Philadelphia, 1993), com a atuação sem adjetivos para Tom Hanks e Denzel Washington. Em várias circunstâncias, sejam elas afetivas, políticas, etc. Entretanto, nenhum filme provocou debates quanto ao tratamento do HIV, e por que não dizer, até mesmo a cura da AIDS, como o filme, 120 BATIMENTOS POR MINUTO (BATTEMENTS PAR MINUTE), apresentado no Festival do Rio.

O filme se passa na França no início dos anos 90, governada pelo socialista François Mitterrand, e infelizmente, quando o vírus da AIDS instalou-se nos cinco continentes deste planeta. As incertezas sobre como esta síndrome surgiu, foram substituídas por pesquisas incansáveis para alcançar a cura (como até hoje, aliás).

Sob a direção a direção de Robin Campillo (Em Direção ao SulHeading South; 2005 e Entre os Muros da EscolaEntre les murs; 2008), e este, em parceria com Phelippe Mangeot, descrevem em cenas memoráveis e marcantes todo o drama de doentes infectados pelo vírus HIV, as reações medicamentosas em cada indivíduo, enfim, todo o cotidiano e luta reivindicatória por respeito aos pacientes contra a ganância desmedida da indústria farmacêutica ao fabricarem os remédios de encontro ao desenvolvimento do vírus.

O grupo ACT UP (grupo gay que o próprio Robin Campillo participou), extremamente ativista na causa, dentre os vários participantes, estão Sean, infectado pelo vírus da AIDS, em brilhante atuação de Nahuel Pérez Biscayart, ator argentino (Sou Todo TeuJe suis a toi; 2014, Todos Estão MortosTodos están muertos; 2014 e No fundo da florestaAu fund des bois; 2010) e Nathan, na mesma intensidade e brilho do ator francês, Arnaud Valois (A Garota do TremThe Girl on the Train; 2009 e Charlie SaysSelon Charlie; 2006). Nem as personagens poderiam prever que viveriam uma intensa e emocionante história de amor.

Pois é, eles descobrem o amor em meio às passeatas ativistas e à Parada Gay, em Paris. O restante do filme, seria um pecado mortal o eu contar.

A trilha sonora do filme é representada, em uma das cenas finais, por um banda dos anos 80, chamada Bronski Beat, com o sucesso “Smalltown Boy” .  Música aliás, totalmente própria para o filme.

Como sempre coloco nota sobre cada filme, antes da estreia, em uma escala de 0 à 10, 120 BATIMENTOS POR MINUTO (BATTEMENTS PAR MINUTE) vale nota 11. Assistam!

Vejam o clip da banda Bronski Beat, “Smalltown Boy”, que no filme tem uma nova roupagem. A banda britânica, um dos ícones de sucesso nos anos 80, foi uma das primeiras a utilizar o sintetizador em várias de suas músicas. Para quem não sabe, todos os integrantes do Bronski Beat, Jimmy Somerville, Steve Bronski e Larry Steinbachek são gays, embora a banda não esteja mais na ativa. Quase a totalidade do seu repertório tratavam sobre o tema.

 

 

Wellington Lisboa.

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Wellington Lisboa, nascido no bairro das Laranjeiras (mas não é tricolor), formou-se e por duas vezes em Comunicação Social, nas habilitações de Publicidade & Propaganda e Relações Públicas, pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso - FACHA, após cursar a disciplina 'Comunicação & Cinema', com o Professor Carlos Deane, percebeu que o Cinema poderia se tornar a Sétima Arte em sua vida. O falecido Coordenador do Núcleo Artístico e Cultural (NAC), Heleno Alves, propôs a ideia de criar um coral. Foi quando o nosso crítico e colunista enveredou pelo caminho musical. Criado o Coral da FACHA e, logo depois, rebatizado com o nome de DANOCORO, Wellington Lisboa, construiu uma carreira musical, junto com o grupo, ao longo de quase quinze anos. Após concluir as duas habilitações, ele cursou Letras (Português - Italiano) na UFRJ mas, não terminou. Entitulando-se 'um eterno ser em busca de si mesmo', Wellington Lisboa enveredou pela graduação em Cinema, foi quando (re)descobriu que o Jornalismo caminha junto com esta arte.

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