Começa o Festival de Berlim e o Cinema Para Sempre tem o prazer de ter uma cobertura com nosso colunista Filippo Pitanga que está em Berlim cobrindo o evento para o Cinema Para Sempre e Tábula Rasa. Então vamos acompanhar durante todos os dias do evento o que Filippo Pitanga está conferindo em um dos festivais de cinema mais importantes do mundo.

Com vocês, o Festival de Berlim by Filippo Pitanga!

 

 

A chegada na Berlinale já começa com quatro filmes para levantar a poeira. O correspondente Filippo Pitanga pelo Cinema Para Sempre e Tabula Rasa pôde conferir “Black 47” de Lance Daly, “L’Empire de la Perfection – In The Realm of Perfection” de Julien Faraut, “Apatride” de Narjiss Nejjar e “”Maki’la” de Machérie Ekwa Bahango.  Enquanto o primeiro filme “Black 47” decepcionou por tentar mirar alto com o resgate da história da Irlanda colonizada à força pela Grã Bretanha em 1845, mas ficar em águas rasas com a espinha dorsal narrativa focada apenas em uma vingança familiar, cuja ação e violência são mal editadas e filmadas de forma previsível e manipuladora, numa linguagem quase televisiva. Vale por seus coadjuvantes, Hugo Weaving (“Matrix”, “O Senhor dos Anéis”), Stephen Rea (“Traídos pelo Desejo”) e Jim Broadbent (“Moulin Rouge” e “Iris”), que tentam defender seus personagens com afinco mesmo em pouco tempo de cena.

 

“L’Empire de la Perfection – In The Realm of Perfection” de Julien Faraut,

O segundo filme “L’Empire de la Perfection – In The Realm of Perfection” já foi grata surpresa. Documentário que analisa as técnicas e o modo de pensar do grande tenista John McEnroe com imagens de arquivo, faz uma belíssima homenagem ao cinema ao decupar os jogos de tênis do atleta como se a um filme, demonstrando que no jogo há muito mais de cinema e vice versa do que se pode imaginar. E os últimos filmes com pegadas mais cultural-antropológica, “Apátrida” e “Maki’la”, ambos dirigidos por mulheres na África, são, respectivamente, um belo drama sobre uma exilada da Argélia no Marrocos que se vê obrigada a casar, mas treina por uma possibilidade de fuga, com fotografia inspirada para contar a história através das cores no lugar das palavras; e o outro é um drama periférico sobre uma comunidade africana carente e seus personagens marginalizados, que não abaixam a cabeça jamais, perpassando por pequenos crimes de modo a agilizar a trama com montagem rápida e mais uma protagonista forte que não deve nada a nenhum homem na narrativa.

 

“Black 47”

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