A walking to remember

Que tal começarmos essa coluna com um filme que retrata um romance adolescente terno e ao mesmo tempo triste, baseado no livro de um famoso autor de best sellers, com várias adaptações cinematográficas no currículo?  Poderíamos pensar em A culpa é das estrelas, adaptada do romance de John Green, certo? Mas aqui vamos viajar para uma época um pouco mais remota, no inicio do século XXI e falar de uma obra que fez muita gente chorar bem antes do filme estrelado por Shaylene Woodley e Ansel Ergot sequer pensar em existir.

Trata-se de Um amor para recordar, adaptado da obra de Nicholas Sparks de mesmo nome, e que acabou com o tempo adquirindo status de clássico. Uma curiosidade: Foi a primeira produção no qual a cantora Mandy Moore, que fez grande sucesso no fim da década de 90, atuou como atriz. E, como não poderia deixar de ser há várias músicas dela na trilha e uma cena onde ela canta.

O plot: Jamie e London estudam na mesma escola e se conhecem desde criança, mas, nunca se aproximaram, afinal pertencem a universos bem distintos. Ele é um jovem rebelde e inconsequente, ela uma moça recatada e religiosa, filha do pastor local e apaixonada por teatro e astronomia. Ao participar de um trote no qual outro aluno acaba ferido, Landon recebe como punição, a obrigação de fazer parte do grupo de teatro no qual Jamie participa. Sem conseguir decorar suas falas ele recorre à moça para ajuda-lo e, é claro, que essa aproximação vai virar amor e transformar a vida de ambos, principalmente do rapaz. Clichê? Sim, mas, como diria minha primeira professora de roteiro, clichês só ganham esse status porque funcionam. E esse aqui não decepciona!

Aviso número 1: o filme é bem mais tocante do que esse resumo dá a entender e, como já foi dito, pode te fazer chorar. Aviso número 2:  enquanto a história do livro se passa nos anos 50, a do filme nos transporta para a década de 90. Aviso número 3: os personagens do filme não são idênticos ao do livro. A mocinha da adaptação é bem mais determinada e o rapaz faz mais jus ao título de rebelde, que me parece completamente injusto no livro, no qual toda a sua proclamada rebeldia consiste apenas em gostar de dar um “rolé” em cemitérios. Ou seja, o casal das telas – vividos por Mandy e por Shane West – é bem mais humano e interessante que o da obra de Nicholas Sparks,. Que me perdoem seus fãs, mas, em minha opinião, esse é dos raros casos em que o filme é melhor que o livro.

É bem legal o fato de que, ao contrário de outras obras do gênero, a mocinha Jamie mantém a sua essência e o seu visual, sem dar a mínima para os que riem do jeito doce e religioso dela, sem sofrer com isso e sem fazer nenhuma questão de ser popular. Também considero muito bonita e bem construída a aproximação dos protagonistas.  Bem antes do termo entrar na moda Jamie e Landon já eram extremamente “shipáveis” (Como seria – jandon? Lamie?). Prova disso é que até hoje, mais de dez anos depois da estreia do filme, há diversos vídeos no youtube em homenagem ao casal.

Pode ser que na atualidade, o filme soe ingênuo. A cena do bullying dos colegas contra Jamie, por exemplo, parece leve, perto do que infelizmente nos acostumamos a ver e ouvir. Mas, essa inocência também tem seu encanto.  Um amor para recordar é uma história simples, mas, bonita e competente no que se propõe a fazer e, ainda capaz de emocionar.

 

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