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Em noite de homenagem ao Cinema Novo, Pedágio é o melhor longa de ficção do Prêmio Grande Otelo
Foram anunciados nesta quarta-feira (28), os vencedores do Prêmio Grande Otelo 2024, a mais importante festa do audiovisual brasileiro. O destaque foi “Pedágio”, de Carolina Markowicz, que ganhou os prêmios de Melhor Longa-Metragem Ficção, Melhor Direção e Melhor Roteiro Original. O longa “O Sequestro do Voo 375”, de Marcus Baldini, levou o maior número de troféus Grande Otelo da noite: seis.
Realizada anualmente pela Academia Brasileira de Cinema, a cerimônia aconteceu na Cidade das Artes Bibi Ferreira, no Rio de Janeiro, e teve como apresentadores Dira Paes e Toni Garrido. O evento foi transmitido ao vivo para todo o país pelo Canal Brasil e pelo Youtube da Academia Brasileira de Cinema.
O troféu Grande Otelo de Melhor Atriz de Longa-Metragem foi para Vera Holtz (“Tia Virgínia”) e o de Melhor Ator de Longa-Metragem, para Ailton Graça (“Mussum, O Filmis”). Arlete Salles venceu na categoria Melhor Atriz Coadjuvante (“Tia Virgínia”) e como Melhor Ator Coadjuvante quem ganhou foi Jorge Paz (“O Sequestro do Voo 375”). Julio Andrade foi laureado como Melhor Ator Série de Ficção para TV Aberta, TV Paga ou Streaming, por “Betinho – No Fio da Navalha”, e Alice Carvalho como Melhor Atriz de Série de Ficção para TV Aberta, TV Paga ou Streaming, por “Cangaço Novo”.
Foram anunciados 30 prêmios para longas-metragens, curtas e séries brasileiras: 29 produções escolhidas por profissionais associados à Academia Brasileira de Cinema, além do prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular, que teve votação do público pelo site da instituição. Como é tradição, a abertura dos envelopes foi ao vivo, auditada pela PwC Brasil. A lista de finalistas reuniu este ano mais de 200 profissionais, 39 longas-metragens brasileiros, 5 longas ibero-americanos, 15 curtas-metragens brasileiros (5 de ficção, 5 documentários e 5 de animação); e 16 séries (4 de animação, 5 documentários e 5 de ficção).
O Cinema Novo foi o grande homenageado da edição de 2024, quando se comemora os 60 anos do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, de Glauber Rocha. Com projeções e performances musicais, a cerimônia dirigida por Batman Zavareze e com roteiro de Bebeto Abrantes levou o público a revisitar obras emblemáticas que marcaram a história do Brasil. Representantes do Cinema Novo, os cineastas Cacá Diegues, Ruy Guerra, Walter Lima Jr. e Zelito Vianna, assim como a produtora Lucy Barreto, subiram ao palco para receber seus troféus Grande Otelo das mãos dos dois mais icônicos atores do Cinema Novo: Antônio Pitanga (o inesquecível Firmino, de “Barravento”) e Othon Bastos (o eterno Corisco, de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, ambos de Glauber Rocha).
A noite de celebração ao movimento que renovou a linguagem cinematográfica brasileira nos anos 1960 e 1970 teve performances musicais dos compositores e instrumentistas Pedro Luis e Yuri Queiroga, que apresentaram temas marcantes e trilhas, como a composição de Sérgio Ricardo para “Deus e o Diabo na Terra do Sol”; e “Joanna Francesa”, canção de Chico Buarque para o filme homônimo de Cacá Diegues. A cerimônia também contou com a performance de Toni Garrido, Pedro Luis, Ava Rocha e Caio Prado interpretando Macunaíma (1975), samba-enredo da Portela, com a intervenção da guitarra de Yuri Queiroga.
Renata Almeida Magalhães, presidente da Academia Brasileira de Cinema, falou sobre a mudança de nome da premiação, que até o ano passado se chamava Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, e celebrou a importância histórica do Cinema Novo. “Esse ano nosso Grande Prêmio do Cinema Brasileiro passou a se chamar Prêmio Grande Otelo: assim celebramos o nome do nosso troféu. Grande Otelo, nosso eterno Macunaíma, passeou das Chanchadas ao Cinema Novo, sem nenhum preconceito e sempre brilhante. E hoje a homenagem da Academia Brasileira de Cinema é ao Cinema Novo, que mudou definitivamente nosso cinema. Orgulho eterno e sempre um farol para que a gente jamais deixe de lembrar o que nosso cinema foi, é e ainda pode ser: aquele que só precisa de uma câmera na mão, uma ideia na cabeça e, claro, muita liberdade”.
O secretário Municipal de Cultura do Rio, Marcelo Calero (PSD), esteve na cerimônia e destacou a importância do audiovisual nacional na expressão da diversidade da cultura brasileira. “O Prêmio Grande Otelo é não só um tributo aos profissionais do cinema brasileiro, mas também um símbolo de resiliência de uma indústria que não se curva diante das adversidades”, disse.
Realizado pela Academia Brasileira de Cinema, o Prêmio Grande Otelo 2024 conta com o apoio da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, por meio da RioFilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura, e tem apuração e acompanhamento PwC Brasil.
Confira os vencedores:
Melhor Longa-Metragem Ficção
Pedágio, de Carolina Markowicz.
Melhor Direção
Carolina Markowicz por Pedágio
Melhor Primeira Direção de Longa-Metragem
Silvio Giindane por Mussum, o Filmis
Melhor Ator de Longa-MetragemAilton Grança como Mussum por Mussum, o Filmis
Melhor Atriz de Longa-Metragem
Vera Holtz como Virgínia por Tia Virgínia
Melhor Ator Coadjuvante de Longa-Metragem
Jorge Paz como Nonato por O Sequestro do Voo 375.
Melhor Atriz Coadjuvante de Longa-Metragem
Arlette Salles como Vanda por Tia Virgínia
Melhor Longa-Metragem Ibero-americano
La Sociedad de La Nieve (Espanha, Uruguai, Argentina e Chile) /Ficção – Direção: J.A. Bayona. Indicação: Academia de las Artes y las Ciencias Cinematográficas de España.
Melhor Longa-Metragem Voto Popular
Pérola, de Murilio Benício
Melhor Roteiro Original
Carolina Markowicz por Pedágio.
Melhor Roteiro Adaptado
Lusa Silvsstre e Mikael de Albuquerque – Adaptado do documentário “Sequestro do Voo 375”, de Constâncio Viana – por O Sequestro do Voo 375.
Melhor Longa-Metragem Infantil
Turma da Mônica Jovem – Reflexo do edo, de Mauricio Eça.
Melhor Ator Série de Ficção para TV Aberta, TV Paga ou Streaming
Julio Andrade como Betinho por Betinho – No Fio da Navalha, de Lipe Binder.
Melhor Atriz Série de Ficção para TV Aberta, TV Paga ou Streaming
Alice Carvalho como Dinorah por Cangaço Novo.
Melhor Série Brasileira Ficção, de produção independente, para TV Aberta, TV Paga ou Streaming
Cangaço Novo, de Fabio Mendonça e Aly Muritiba.
Melhor Curta-Metragem Ficção
A Menina e o Mar, de Gabriel Mellin.
Melhor Longa-Metragem Animação
Perlimps, de Alê Abreu
Melhor Série Brasileira de Animação, de produção independente, para TV Aberta, TV Paga ou Streaming
Esquadrão do Mar Azul, de Rubens Belli.
Melhor Curta-Metragem Animação
Mulher Vestida de Sol, de Patrícia Moreira
Melhor Longa-Metragem Documentário
Elis & Tom, Só Tinha de Ser com Você, de Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay.
Melhor Série Brasileira de Documentário, de produção independente, para TV Aberta, TV Paga ou Streaming
O Caso Escola Base – Direção Geral: Paulo Henrique Fontenelle.
Melhor Curta-Metragem Documentário
Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando, direção: Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami
Melhor Montagem
Lucas Gonzaga e Gustavo Vasconcelos por O Sequestro do Voo 375.
Melhor Direção de Fotografia
Adrian Teijido, ABC, por O Rio do Desejo.
Melhor Efeito Visual
Marcelo Cunha e Joaquim Moreno por O Sequestro do Voo 375.
Melhor Som
Sérgio Scliar, Miriam Biderman, ABC e Ricardo Reis, ABC, por O Sequestro do Voo 375.
Melhor Direção de Arte
Rafael Ronconi por O Sequestro do Voo 375.
Melhor Maquiagem
Mari Pin e Martín Macías Trujillo por Mussum, o Filmis.
Melhor Figurino
Cassio Brasul por Mussum, o Filmis.
Melhor Trilha Sonora
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