

Cinema
Janis – Amores de Carnaval: as memórias cariocas da Rainha do Rock
Mergulhe na vibrante história de Janis Joplin no Brasil, onde o Carnaval de 1970 se encontra com a essência única da artista. Um documentário que revela encontros icônicos e a intimidade de uma lenda do rock, mas que também enfrenta desafios narrativos
O documentário Janis – Amores de Carnaval, Memórias de Ricky Ferreira e Convidados está gerando altas expectativas. A história vibrante e com uma visão mais intimista da rainha do rock Janis Joplin foi contada de forma inusitada na Cidade Maravilhosa durante o Carnaval de 1970. Ao longo do filme, foram registrados diversos encontros icônicos, fotografias únicas e depoimentos de figuras conhecidas como Alcione, Baby do Brasil e Walter Casagrande. Quando assistido, o público mergulha com intensidade na história de Janis no Rio de Janeiro e em sua personalidade única e jamais vista antes. No entanto, o filme se perde com repetições e com uma narrativa que possui falhas estruturais, prejudicando um impacto que poderia ser mais trabalhado.

Como dito acima, o filme peca nas repetições, sendo uma das principais críticas. Nos primeiros 30 minutos, somos bombardeados com as mesmas informações, de detalhes complicados da vida de Janis sobre seu vício em drogas e seu estilo de vida mais “hippie”, não evoluindo a narrativa. Essa redundância dispersa a atenção do público e tira toda a curiosidade que os espectadores tinham antes de assistir o documentário. É esperado um enredo dinâmico que conte a história da cantora no Brasil, mas isso não acontece do jeito esperado. A falta de material novo, histórias novas, curiosidades diferentes e informações que ninguém sabe ao longo do documentário também aconteceram. Inclui depoimentos de pessoas que, mesmo falando sobre a importância e influência da rockstar, não tiveram uma troca de interações realmente profundas. Quem realmente teve interações com Janis, não teve seu tempo diluído ao longo do filme.
Entretanto, o maior ponto positivo do documentário, com toda certeza, são os relatos das memórias do fotógrafo Ricky Ferreira, amicíssimo de Janis, que a acompanhou em sua jornada carnavalesca. O topless na Praia da Macumba, a ida para casas de shows com artistas e a tentativa de participar no desfile de Carnaval, por exemplo, são lembranças de Ricky que retratam a essência livre e leve da artista. A forma que o fotógrafo transmite ao público as vivências nos anos 70 é super descontraída e didática. Aliás, um fato curioso, é que a rainha do rock não era tão conhecida no Brasil, influenciando positivamente na sua estadia, já que os brasileiros conheceram seu lado pessoal. Contudo, na minha visão, todas essas histórias poderiam ser mais aproveitadas, mas seguiram um caminho inverossímil; um exemplo é a cena da taróloga lendo o mapa astral de Janis, agregando muito pouco para a narrativa.

Em síntese, Janis – Amores de Carnaval, Memórias de Ricky Ferreira e Convidados tem seus momentos impactantes e que se destacam na maioria do tempo, mas decai com os achismos e suposições da cantora que não agregam para uma visão mais extensa da passagem de Janis pelo Rio. O filme se perde na própria narrativa, que é captar a intensidade, o caos e os momentos felizes da rockeira em sua estadia em outro país. Bom, o documentário tenta construir uma memória feita de momentos efêmeros e sentimentos intensos, mas com pouca informação necessária para essa construção.
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