Em seu novo trabalho, Kathryn conta a história das tensões raciais ocorridas na cidade de Detroit, no estado do Michigan, no ano de 1967. Entretanto, o foco foi o ocorrido dentro do motel Algiers, quando policiais invadem o local à procura de um suposto atirador que teria atacado as tropas do exército que estavam escaladas para combater os conflitos existentes na região.
O que se vê a partir daí dá para imaginar o que aquelas pessoas passaram naquele momento, tomados pelo medo e angústia de serem oprimidos sem justificativa contundente. Até duas meninas brancas não foram poupadas justamente pelo fato de estarem no mesmo espaço que os rapazes negros. Toda essa tensão se deve ao roteiro bem amarrado de Mark Boahl, que foi vencedor por “Guerra ao Terror” em 2010 e foi indicado pelo longa “A hora mais escura” em 2013. A câmara nervosa nos dá o tom certo do filme, que é colocado de forma proposital próximo ao rosto dos personagens, dando mais realismo ao episódio que nos é mostrado.
O elenco está muito bem nos seus respectivos papéis, mas quem se destaca é o policial Krauss, interpretado por Will Poulter, que comanda toda essa barbárie, culminando na morte de três pessoas, fazendo com que esse evento em Detroit só perca em notoriedade para o assassinato de Martin Luther King.
Finalizando, “Detroit em Rebelião” entra para o hall de filmes e documentários cujo tema é bastante atual, tais como: “Mississipi em Chamas”, “Selma”, “Eu não sou seu negro”, “O.J. Made in America” e “Nascimento de uma nação”. E, mais uma vez, Kathryn Bigelow nos entrega um ótimo trabalho, mostrando todo o seu talento ao retratar uma história tão tensa e angustiante.