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Bonito Cinesur abre segunda edição com homenagem ao ator Reginaldo Faria

Lucas Furtado

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Bonito, um dos destinos de ecoturismo mais famosos do Brasil, abre a 2ª edição do Cinesur – Festival de Cinema Sul-Americano. O festival, que começou na última sexta (19) no Centro de Convenções da cidade, no Auditório Kadiwéu, teve como apresentadores os atores Lucélia Santos e Johnny Massaro que iniciaram a cerimônia de abertura citando a letra da canção “Cinema Novo”, de Gilberto Gil, que celebra a riqueza cultural do país e a capacidade da arte de provocar mudanças culturais.”

Aplaudido de pé pela plateia que lotou a sala Kadiwéu, no Centro de Convenções de Bonito, o ator e diretor Reginaldo Faria foi o homenageado na abertura do Bonito Cinesur por suas obras, talento, coragem e paixão pelo cinema. O ator se emocionou muito ao receber o Prêmio Pantanal por sua contribuição à sétima arte. Reginaldo construiu uma trajetória consagrada atuando em 31 filmes e 50 novelas. Também dirigiu 8 longas e produziu mais de 50, com a RF Farias, empresa produtora em sociedade com seus irmãos. Sua interpretação marcante e carismática transita do cômico ao dramático, com personagens intensos, reveladores de um Brasil marginal, sofrido, maltratado, romântico, irônico e sedutor.

O filme de abertura exibido na noite de ontem foi “Selva Trágica” (1963), um dos grandes clássicos do cinema nacional, protagonizado por Reginaldo e dirigido por seu irmão, Roberto Farias. O longa denuncia as desigualdades sociais no campo, retratando a exploração dos trabalhadores no cultivo da erva-mate e pode ser visto como um espelho da sociedade brasileira. Na sua fala emocionada, o ator disse que não esperava que um filme feito há 61 anos ainda pudesse ser tão atual. “Quando recebi o convite do Nilson  para receber essa homenagem fui pego de surpresa”, disse. Aos 87 anos, Reginaldo falou que o cinema é a sua vida e ainda quer continuar trabalhando. Ele ainda relembrou a atriz Rejane Medeiros com quem contracenou em Selva Trágica e que faleceu no mês passado.

Nilson Rodrigues, diretor do Festival, destacou o evento como um espaço de encontro da produção sul-americana, que busca a diversidade cinematográfica, possibilita encontros de realizadores e discute caminhos para superar as barreiras que impedem de conhecermos o cinema e o audiovisual que é feito no continente sul americano. Apontou Bonito como um excelente cenário para se ter a linguagem audiovisual somada ao urgente e necessário debate sobre a responsabilidade que devemos ter com o ambiente em que vivemos.

Bruno Wendling, diretor presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (FUNDTUR), um dos apoiadores do festival, que representou também o governador Eduardo Riedel (PSDB), destacou a importância do audiovisual para o turismo no Estado: “O turismo e o cinema andam lado a lado, porque os destinos e a natureza fazem parte do cenário das produções cinematográficas”. 

Durante o festival, a programação inclui diversas mostras competitivas de filmes sul-mato-grossenses, ambientais e sul-americanos, além de sessões infanto juvenis e pré-estreias no Cine Bonito, espaço no centro da cidade que vai permitir que bonitenses e turistas possam ver filmes com toda a família, de forma gratuita. Oficinas e debates sobre cinema, com a participação de cineastas e especialistas, vão proporcionar trocas de experiências sobre a produção cinematográfica na América do Sul.

No dia 27 de junho, às 16h30, no Centro de Convenções de Bonito, Auditório Kadiwéu, será exibido o filme de encerramento: “Terceiro Milênio” (1981), dirigido pelo reconhecido cineasta  Jorge Bodanzky. O diretor será homenageado e participará de uma conversa após a sessão. O filme aborda a potencialidade econômica do Amazonas e seus desvios, incluindo a corrupção na política indigenista e a presença de fábricas poluidoras.

Às 20h, após a exibição do filme, ocorrerá a entrega dos prêmios Troféu Pantanal para os vencedores das mostras competitivas, com a distribuição dos prêmios feita pela grande atriz Dira Paes.

O festival é uma realização da Associação Amigos do Cinema e da Cultura, em parceria com o Ministério da Cultura (Governo Federal), com a emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet (PT-MS). Conta com patrocínio do Banco do Brasil, Agência Nacional do Cinema (Ancine), Correios, Caixa Econômica Federal e com apoio da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (FUNDTUR) e da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura (SETESC) – Governo do Mato Grosso do Sul.

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