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Alma do Deserto conquista o Queer Lion no Festival de Veneza

Lucas Furtado

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A coprodução Brasil e Colômbia, Alma do Deserto, venceu o Queer Lion no 81º Festival de Veneza. Dirigido por Mônica Taboada-Tapia, o longa foi exibido na Giornate degli Autori (Venice Days), uma das mostras competitivas do festival. Esta é a primeira vez que uma produção brasileira vence o prêmio que reconhece o melhor filme com temática LGBTQIA+ no Festival.

A diretora relata que “a força motriz e o coração de ‘Alma de Deserto’ é a história de Georgina Epiayú, sua vida real foi a semente de uma jornada cinematográfica de oito anos. Não é apenas uma história inspiradora e esperançosa para a comunidade LGBTIQA+ ou para aqueles que se identificam com o queerness, mas também nos ajudou a mergulhar no âmago de uma parte da comunidade Wayúu que a Colômbia desconhece e que não podemos continuar ignorando porque apela ao nosso sentido de humanidade. O filme pode ressoar com o espírito de muitas pessoas em diferentes lugares do planeta. Ganhar o ‘Queer Lion’ nos dá uma visibilidade que pode ajudar a gerar mudanças positivas nas crenças de muitas pessoas de diferentes públicos, também por meio da conexão emocional, e isso é uma grande oportunidade”.

O longa acompanha Georgina, uma mulher trans da etnia Wayúu, que luta para obter seu direito básico de ter uma identidade reconhecida. Após perder seus documentos em um incêndio criminoso, provocado pelos próprios vizinhos que não aceitavam sua presença, Georgina embarca em uma jornada de resiliência e coragem para recuperá-los. Apenas com seus documentos recuperados, ela pode exercer direitos civis fundamentais, como o direito ao voto nas eleições colombianas.

O longa aborda questões de gênero, etnia e resiliência, trazendo uma história poderosa de superação. A International Cinephile Society descreveu como “um documentário poderoso, comovente e cativante… um dos filmes mais marcantes sobre a identidade queer dos últimos anos”.

O Queer Lion surgiu da iniciativa do crítico de cinema Daniel N. Casagrande e do então diretor do Festival, Marco Müller, inspirado no Teddy Award, que já celebrava o cinema queer no Festival de Berlim. Entre os vencedores anteriores estão o longa francês L’Animale (2018) e The World to Come (2020).

O documentário será lançado nos cinemas brasileiros ainda este ano pela RETRATO FILMES, distribuidora focada em longas independentes com perfil autoral, com o objetivo de ampliar a distribuição de obras brasileiras e coproduções latinas.

Ficha Técnica

Direção: Mônica Taboada-Tapia
Produção: Guerrero Filmes
Coprodução: Estúdio Giz

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