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Revoada estreia nos cinemas nesta quinta (15)
A madrugada de 1938, na qual Lampião é morto em emboscada, deixa os remanescentes do bando revoltados. Cheios de fúria, eles decidem partir para uma vingança alucinada. Chefiados por Lua Nova e sua companheira Jurema, o grupo leva muito ouro, pedras preciosas e dinheiro. A riqueza encoraja a reação, mas uma volante policial parte em perseguição implacável.
Este é o mote de “Revoada”, longa de José Umberto Dias, que entra em cartaz nesta quinta (15). O elenco traz Jackson Costa, Annalu Tavares, Nelito Reis e Aldri Anunciação. O filme recebeu os troféus Cacto de Ouro nas categorias melhor atriz (Annalu), figurino (Zuarte Júnior) e maquiagem (Wilson D’Argolo) no 10º Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões em Floriano (PI).
A produção chegará a 13 cidades, em mais de 20 salas: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Feira de Santana (BA), Fortaleza (CE), Maceió (AL), Mossoró (RN), Porto Alegre (RS), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Paulo (SP) e Vitória da Conquista (BA).
Ao abordar a reação desesperada e vingativa de integrantes do bando de cangaceiros em reação à morte do líder Lampião, o filme promove uma espécie de grand-finale do cangaço. Ao mesmo tempo, permite o resgate da cinematografia nacional que se debruçou sobre o tema e que passou a ser identificado pelo termo “Nordestern”, numa analogia com o western (ou faroeste) norte-americano.
Após “1798 Revolta dos Búzios”, de Antonio Olavo, o projeto Distribuição Longas Bahia, produzido pelo também cineasta Vítor Rocha, da Abará Filmes, e coordenado por Walter Lima, da VPC Cinemavídeo, levará Revoada às salas de exibição de todo o país.
Singularidade dos bandoleiros
Para o diretor e roteirista José Umberto, “o cangaceiro Lampião está para o Brasil como o samurai Musashi se manifesta para o Japão, o cowboy Billy the Kid para os EUA, o perito em artes marciais Wu Sun para a velha China e as aventuras de capa-espada do salteador Robin Hood para a Grã-Bretanha”.
Mesmo sob o espírito universal do banditismo, o diretor considera que “a diversidade cultural inspira a singularidade de cada povo, a nos fazer constatar o quanto, ao longo do tempo, podemos ver perfilada toda uma linhagem de guerreiros universais que compõem o arquétipo do bandoleirismo de vendeta a atravessar o imaginário oblíquo da humanidade”. Mas é certo o quanto, enfatiza o cineasta, “o fenômeno do bandido primitivo ganhou todo um corolário próprio na zona rural do Nordeste do Brasil”.
Passado e presente
Paralelamente, o cangaceiro do início do século XX se constituía no jovem camponês nordestino cooptado por uma espécie de vanguarda da violência no Brasil. Esse paralelo histórico funciona como se olhássemos para o tempo pelo retrovisor e enxergássemos a realidade na sua reprodução. “As coisas se transformam, mas a essência insiste na permanência. Como se uma casca grossa insistisse em se conservar, em se reatualizar”, avalia José Umberto.
“O cangaço seduzia, então, a juventude nordestina. Essa rapaziada dividida entre a enxada e o fuzil: ou ia ser camponês ou polícia. Assim se traduzia a nossa esquizofrenia social no sertão”, resume o diretor. “O filme ‘Revoada’ assume esse enfoque cujo núcleo é o jovem de uma região sob vários aspectos inóspita, desejoso de viver, de ter sob seu controle a seiva da vida e que opta pela rebelião existencial, por um estilo de liberdade a todo custo”, conclui.
O projeto de distribuição de “Revoada” foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura, via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura e Governo Federal. A produção do filme teve apoio financeiro do Fundo de Cultura da Bahia.
Ficha Técnica
Direção e Roteiro: José Umberto Dias
Elenco: Jackson Costa, Annalu Tavares, Edlo Mendes, Nelito Reis, Aldri Anunciação, Gil Teixeira, Caio Rodrigo, Nayara Homem, Bernardo D’El Rey, Sérgio Telles, Christiane Veigga e Carlos Betão
Produção Executiva: Walter Webb
Direção de Fotografia: Mush Emmons
Som Direto: José Melito
Música: João Omar
Montagem: Bau Carvalho, Severino Dadá e André Sampaio
Direção de Arte: Zuarte Júnior
Produção de Finalização: José Walter Lima
Pós-produção de Imagem: Cinecolor Digital, Samanta do Amaral
Pós-Produção de Áudio: Estúdio BASE, Eduardo Joffily Ayrosa
Produção: VPC Cinemavideo
Distribuição: Abará Filmes
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