Medo Viral (Bedeviled) / Eua, 2016. 91 min. / Direção: Abel e Burlee Vang / Com: Saxon Sharbino, Brandon Soo Hoo, Victory Van Tuyl, Mitchell Edwards, Alexis G. Hall.

 

Cinco amigos adolescentes são aterrorizados por uma entidade sobrenatural que se alimenta de seus medos, após baixarem um misterioso aplicativo em seus celulares.

Não satisfeitos com este fiapo de argumento, os irmãos Vang apresentam um maçante filme terror, com linguagem da geração MTV, repleto de cansativos e enfadonhos “jumps scares” (sustos provocados pela aparição repentina e som alto). Aqui não há preocupação em construir climas ou atmosferas aterrorizantes nem personagens com alguma identificação. É tudo na base do sobressalto repentino e rasteiro sem nenhuma lógica e originalidade, optando pelo desenvolvimento banal do gênero. O baixo orçamento é percebido pela vergonha cênica em não mostrar os corpos mutilados, apelando para técnicas grotescas, como azular a fotografia para esconder a maquiagem duvidosa das criaturas.

O roteiro (a cargo dos irmãos Vang) reproduz todos os vícios grotescos das produções do gênero com personagens rasos e desinteressantes e situações estúpidas, resultando numa assepsia irritante. O grupo, constituído pela costumeira patricinha embonecada, o namorado mauricinho, a melhor amiga desiludida, um negro nerd e um oriental sedutor, é formado por atores pré-adolescentes desconhecidos e canastrões que ajudam a afundar um filme que mais parece um projeto escolar.

“Medo Viral” (Bedeviled no original) é uma piada sem carisma que ultrapassa o clichê do lixo genérico de terror que inunda o mercado norte americano.

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Zeca Seabra – Cinéfilo carioca com formação em Comunicação Social pela Puc em 1980 e em Hotelaria pela Estácio de Sá em 1983. A partir de 1995 participou de vários cursos e em 2006 começou escrevendo textos críticos para o blog paulista “Cinema com Pipoca”, um dos primeiros a tratar do assunto. Desde 2010 participa de debates e encontros com textos já publicados em catálogos de mostras especializadas. Em 2016 participou da oficina crítica cinematográfica com o renomado crítico francês Jean-Michel Frodon. É membro da ACCRJ (Associação de Críticos de Cinema do Rio de Janeiro) desde 2013 e crítico do site Almanaque Virtual.

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