Connect with us

Cinema

Crítica Divertidamente 2

A Pixar tem em seu catálogo filmes de animação importantes para a história do cinema. E todos eles tem  em comum a criatividade e a conexão emocional dos personagens com o público. O diretor do primeiro filme, Divertidamente, Pete Docter, esteve presente em grande parte deles.

Andrea Cursino

Published

on

A Pixar tem em seu catálogo filmes de animação importantes para a história do cinema. E todos eles tem  em comum a criatividade e a conexão emocional dos personagens com o público. O diretor do primeiro filme, Divertidamente, Pete Docter, esteve presente em grande parte deles. Já no segundo filme, ele está apenas como produtor executivo. Então, quando falamos em Pixar e Pete Docter as expectativas aumentam. Eu recomendo baixar as expectativas para aproveitar ao máximo essa experiência de vivenciar por quase 2 horas de filme, o mundo interno da Riley.

Em 2015 fomos apresentados aos sentimentos na cabeça da Riley desde seu nascimento até os 11 anos. Agora em 2024, Divertidamente 2 fala da Riley só que agora entrando na puberdade e novos sentimentos são apresentados ao público por conta de novas vivências. Ela entra na puberdade, faz novas amizades, começa a ter uma interação maior na escola e passa a ter um esporte favorito, o Hockey. Nada mais natural que ela conheça novos sentimentos.

O primeiro filme tem uma equipe de roteiristas Meg LeFauve e Josh Cooley que contou com a colaboração do diretor Peter Docter,  e agora no segundo filme, os roteiristas continuam, mas a direção muda, agora quem conta a história é Kelsey Mann, que também participa do roteiro.

O roteiro é importante manter uma unidade para que a sequência tenha uma coerência, nada mais justo que os mesmos roteiristas continuem a contar a história dos sentimentos da Riley. É necessário uma boa dose de entendimento das mudanças da fase infantil para a puberdade, assim como os conceitos, a cultura onde ele foi criada e tudo que influencia a formação do indivíduo. A primeira troca de interesses acontece exatamente nessa fase da infância para a puberdade. É interessante ver as referências da infância e a construção de emoções à medida que ela vai vivendo essa nova fase.  

É no roteiro que os personagens são criados e desenvolvidos. É a partir desses elementos que ao atores dão vida aos personagens. No caso da animação, os personagens ganham vida através dos animadores e dubladores. A dublagem dá alma aos personagens e aqui vamos rever os personagens queridos: Alegria (Miá Melo), tristeza (Katiucha Canoro) , Raiva (Léo Jaime), Medo (Otaviano Costa)  e Nojinho (Dani Calabresa) . Fizeram parte da vida da Riley até os 11 anos, mas de repente, chega o aniversário de 12 anos, ou seja, a puberdade!  E logo chegam novos sentimentos liderados pela ansiedade. Com ela chegam: a Inveja, a Vergonha, Tédio e a Melancolia. Não posso deixar de falar de uma personagem nova, a Nostalgia. Depois da infância a nostalgia sempre vai dar o ar de sua graça porque vamos armazenando nossas vivências e sentindo saudade delas. Mas de repente os sentimentos que estão com Riley desde que ela nasceu, são jogados em outra área para dar lugar para novos sentimentos.

É interessante como a criatividade em mostrar referências como os desenhos que ela gostava em 2D como Bloofy dublado brilhantemente por Nizo Neto, a Pochete que é dublado por Ricardo Sawaya, Lance Stash Slashblade e Segredo Obscuro Profundo, ambos dublado por Thiago Zambrano. Esses personagens estão nos esconderijos da cabeça da Riley.

Para quem sofre de ansiedade, esse filme mostra bem esse problema que tem atingido jovens e adultos em todos os lugares do mundo. A abordagem no roteiro é feito de forma lúdica.

As técnicas de  animação utilizadas no filme tiveram um papel importante em mostrar as técnicas antigas ao longo da história. Como 3D dos sentimentos, e 2D  mostrado em Bloofy e pochete. A série animada de “Dora, a Aventureira” está retratada para mostrar a influência de uma época.

O filme é divertido e continua bem o filme. Pode ser que ache que o primeiro Divertidamente é melhor, mas nesse caso, não é uma questão de melhor, e sim de coerência. Como os sentimentos são agregados a outros, o caminho encontrado para falar das mudanças da Riley, foi inteligente sem perder seu ponto primordial,  que é contar uma história com começo, meio e fim.   

comente

Trending