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Cinema

Twisters

Andrea Cursino

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Glen Powell se consolida como um dos astros mais talentosos e versáteis da sua geração!

Cena da caça ao Tornado com Kate (Daisy Edgard-Jones), Tyler (Glenn Power) e Javi (Anthony Ramos)

O produtor Steven Spielberg resolve produzir esse filme com o nome de Twisters, ao invés de “Twister” como no filme de 1996. O filme de 2024 tem o nome que agora está no plural e as muitas referências ao longo das 2h02m.  O interessante é que o filme fala sobre os Caçadores de Tornados inspirado em história real. Cientistas que querem estudar os tornados e entender como eles funcionam e quem sabe tentar evitar os estragos que eles fazem por onde passam. É importante falar que “Twisters” não é uma continuação e nem um remake, esse filme faz parte do universo e não traz os personagens de volta, somente os elementos de referência de um filme para outro, mas com identidade própria.

O filme de 1996 foi dirigido por Jan De Bont e o de 2024 por Lee Isaac Chung, o mesmo diretor do aclamado filme “Minari”.  

O início do filme mostra uma similaridade com o início do outro sem ser uma cópia. Esse é um ponto positivo do filme. Ele tem uma proposta de falar do mesmo universo, mas sem ter uma ligação direta com o filme. Ele mostra que ao longo de 28 anos entre um filme e outro, o grupo de cientistas liderado por Jo (Hellen Hunt) fez escola e ofereceu elementos para evoluir as pesquisas criadas pelo casal Bill e Jo interpretado por Bill Paxton e Hellen Hunt, inspiradas no filme “O Mágico de Oz” de 1939 dirigido por Victor Flemming.

Como no primeiro filme o protagonismo está centrado na Jo, cientista interpretada pela Hellen Hunt e seu par era Bill, seu ex-marido que era caçador tornado com ela e tinha o apelido de “O Radical”. Ao aceitar um trabalho na televisão os dois se afastam, mas a caçada aos tornados os une novamente.

Já no filme de 2024 o casal ainda vai se formar. A cientista Kate é interpretada pela britânica Daisy Edgard-Jones, conhecida pela série “Normal People” e o ator Glenn Powell, o queridinho da vez!

Daisy Edgard-Jones está bem no papel e ela mostra que tem potencial para fazer uma bela carreira no cinema, mas é seu par, o equivalente de Bill (Bill Paxton) quem domina o filme todo. O ator Glenn Powell que tem feito um filme atras do outro, mostra nesse filme que além de ser um ator versátil e ter talento de sobra para atuar em todos os gêneros, ele alcança o patamar de astro.

A dupla funciona bem e para quem assistiu o filme de 1996, e vai poder reparar nos personagens equivalentes que compõe o filme. O elenco foi bem escolhido. A turma de Kate era composta por Addy, interpretada Kiernan Shipka a estrela da série “Sabrina”, Praveen, interpretado por Nik Donani dos filmes: “Escape Room” e “Querido Evan Hansen”, Javi, interpretado por Anthony Ramos e o namorado de Kate, Jeb interprtado por Daryl McCormack conhecido pelo filme “Boa Sorte, Leo Grande” onde contracenou com Emma Thompson.

A equipe de Tyler tem o amigo inseparável Boone, interpretado por Brandon Perea. Ele lembra o personagem Dusty, de Phillip Semour-Hoffman do filme de 96, o mesmo podemos falar de Dani, interpretada por Katy O’Brien conhecida pelas séries “The Rookie”, “Magnum PI” e “Mandalorian” e o filme “Homem-Formiga e a Vespa – Quantumania”, Lilly, interpretada por Sasha Lane e Dexter interpretado por Tunde Adebimpe.

Todo filme precisa de conflito para acontecer, e no time dos vilões está Scott, interpretado David Corenswet, ator escolhido por James Gunn para interpretar o novo Superman. O personagem é um tanto sem graça, mas talves seja proposital. Ele nos é apresentado como alguém que trabalha com Javi (Anthony Ramos). Ele representa os valores capitalistas e o conflito de Javi é saber qual é o lado que ele deve ficar, já que a trama não coloca isso com clareza para o personagem. Ele acredita que está fazendo tudo certo até se deparar com as minuscias da situação.

Outros pontos interessantes da história abordada no roteiro são como as pessoas são influenciadas pela internet, fazendo com que Tyler parece mais um astro de rock chegando nos eventos. Ele era cowboy de rodeo que virou um cientista caçador de tornado. Existem vários grupos de caçadores de tornado nos Estados Unidos, porque o número de incidentes com tornados é alto em algumas regiões. Quando um tornado chega a uma região, ele deixa um rastro de destruição. Tyler não é mais um cowboy, ele passou a ser uma celebridade da caça de tornado. No filme de 1996, a equipe de Jo tinha outros competidores, mas em menor número, Já em 2024, o número de equipes caçando tornado aumentou consideravelmente. A aparição do rodeio e da bandeira dos Estados Unidos, mostra algo cultural de uma região e como

O importante é que não temos apenas só um filme de entretenimento. “Twisters” tem muito mais a dizer do que pode aparentar. Tem uma crítica politica inserida no roteiro mostrando o governo patrocinando um grupo de cientistas que estão preocupados em buscar algo em que possa lucrar e se beneficiar e não ajudar a comunidade. E ainda tem o caso do cientista cowboy Tyler, ele é mais do que aparenta ser. Podemos ver ele chegar no filme como uma estrela narcisista do YouTube, mas a medida que o filme vai passando vemos mais desse personagem e descobrimos mais do potencial de Tyler do que ser uma estrela exibida da internet.

É divertido encontrar os detalhes desse filme. A tomadas de Chung tem movimentações interessantes como em uma cena que faz o movimento de um tornado em câmera lenta e fica esteticamente bonito. Os efeitos são bons, mas não tem nada de novo nesse setor. Não precisa ter novidade, só precisa ser bem feito. E está bem feito.

A montagem de Terilyn A. Shropshire é precisa e dita um bom ritmo que não dá para sentir as 2h02m de filme. Terilyn foi montadora do filme “Mulher Rei” e da série “Quantico” e podemos ver que ela manter seu jeito de editar. Ela valorizou o trabalho da direção de arte de Patrick M. Sullivan. Mesmo tendo um bom ritmo, ela permite que o público possa aproveitar visualizando o trabalho meticuloso de Sullivan. Prestem atenção em uma cena em que Kate (Daisy Edgard-Jones) está no carro com Tyler (Glen Powell) e ela abre o porta luva, prestem atenção nas coisas no porta-luvas, tem uma foto e passa bem rápido.

Para valorizar tudo isso, a fotografia de Dan Mindel capricha nos contrastes nos momentos claros e escuros permitindo a visualização de tudo que está em cena. Além disso, Mindel valorizou a estética do filme e dos dois atores tiveram seus visuais valorizados em belos enquadramentos de Chung.

Os elementos modernos também foram usados nesse longa, como os YouTubers e a tecnologia 28 anos mais moderna mostrando equipamentos e carros.

Os figurinos foram trabalhados de acordo com a personalidade de cada um, mas dentro do uniforme clássico dos caçadores, roupas confortáveis para a vida de correria que eles levam.

O Tyler é um personagem que tem uma origem de cowboy, então ele tem muitas cenas com chapéu de cowboy, mas nem sempre ele usa esse chapéu.

Já Kate usa roupas básicas claras e o óculos escuros estão sempre por perto.

O figurino é um elemento importante para dar ao público as informações importantes sobre quem é cada personagem.

No fim, podemos ver um progresso do filme e dos profissionais envolvidos. Vale a pena assistir numa sala de cinema e se for com tecnologia, melhor ainda!

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