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Críticas

Crítica  Arca de Noé

Andrea Cursino

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O filme dirigido pela dupla Sérgio Machado e Alois Di Léo é uma criação original inspirada na obra de Vinícius de Moraes “A Arca de Noé”.

É bom deixar claro que o filme, assim como as canções infantis do álbum criado por Vinícius não tem nenhuma conexão com a história da bíblia. Não tem nada de religiosidade em um trabalho que o compositor se dedicou por anos para compor as músicas para cada animal.  Por isso, Vinícius fez uma alusão à Arca de Noé, por ser um lugar onde se reuniu vários animais de diversas espécies. Cada canção foi cantada por grandes nomes da Música Popular Brasileira como: Chico Buarque, Milton Nascimento, Elis Regina, MP4 e Alceu Valença.

Já para o filme, Sérgio Rezende além de dividir a direção com Alois Di Léo, roteirizou o filme. Essa é uma história original inspirada nas músicas de Vinícius. O percurso é o inverso, enquanto Vinícius de Moraes criou uma música para animal, Sérgio teve que criar cada personagem para interagir uns com os outros e adequar as músicas a história e as cenas.

O roteiro é bem divertido, apesar de incluir na arca animais que no Brasil só existem no Zoológico. Essa é uma licença poética permitida, já que na época de Noé o Brasil não existia.  Então vamos aproveitar e curtir os personagens que não tiveram dublagem tradicional, e sim, foram criados a medida que os atores aceitavam participar do projeto.

Foram 53 artistas entre atores e cantores que deram vida aos personagens animados entre eles: Rodrigo Santoro e Marcelo Adnet que deram as vozes para os ratos Vini e Tom, sim, uma homenagem aos dois grandes nomes da MPB que foram parceiros em grandes sucessos. Além deles tem: Lázaro Ramos que deu voz ao seu Leão com tom de Odorico Paraguassú, personagem icônico da obra de Dias de Gomes, “O Bem Amado”, Heloísa Perissé, Ingrid Guimarães, Marcelo Serrado, Babu Santana, Seu Jorge, Alice Braga, Júlio Andrade, Bruno Gagliasso, Gregório Duvivier, Eduardo Sterblitz, Débora Nascimento, Adriana Calcanhoto entre tantos outro.

As cores vibrantes elevam a qualidade visual do filme, assim como a técnica em que proporcionou aos personagens, cenários e abjetos de cena um  visual interessante.

A trilha sonora de Érico Theobaldo contou com as músicas de Vinícius de Moraes repaginadas, cantadas por seus intérpretes das vozes e uma versão mais atual dessas canções que se tornaram clássicos como: “O Pato”, “ A Casa”, “Leão, Leão Leão”.

O filme é focado em trazer as músicas de Vinícius de Moraes para as crianças de hoje que não conhecem o poetinha e sua obra. Ele tinha um carinho especial com a crianças, por isso se dedicou por anos em compor essas músicas.

Uma pena que Vinícius faleceu antes de ver sua obra nas lojas de disco, um especial de televisão e agora uma animação.

A filha de Vinícius, Susana de Moraes participa da animação e aprovou o resultado, afinal de contas, a obra de um artista merece ser perpetuada e isso só pode acontecer quando nós falamos dela.

Esse é um filme que vale a pena conferir no cinema e prestigiar a primeira superprodução em animação do Brasil.   

Que venham mais superproduções, mas fica uma dica, apesar do trabalho dos atores e cantores ter tido um bom resultado, aproveitem para as próximos filmes, os nossos dubladores, nós podemos nos orgulhar muito de ter os melhores profissionais de dublagem do mundo.

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