

Críticas
Crítica Operação Vingança
Os filmes de espionagem sempre tem seus fãs cativos. Em “Operação Vingança” temos um filme de espionagem com ação na medida certa dirigido por James Hawes e roteiro escrito pela dupla Gary Spinelli e Ken Nolan estrelado e produzido por Rami Malek.
O filme é inspirado na obra de Robert Littell “The Amateur” ou em português “O Amador” e conta com bons elementos do gênero. O roteiro tem uma narrativa eficaz e constrói os personagens e sua trama com consistência para que o personagem central da história, Charlie Heller, interpretado por Malek, possa se tornar um agente em busca de Vingança.
A proposta do filme é boa e mostra como um decodificador da CIA que trabalha em um escritório pode se tornar um agente de campo sem nunca ter se candidatado ao cargo. Então temos uma construção desse personagem desde a apresentação do casal Heller, passando pelo trabalho interno de Charlie na CIA e enfim, a motivação para o funcionário que é trabalha na inteligência no setor dos computadores se tornar um agente de campo, o sequestro e a morte da sua esposa Sarah (Rachel Brosnahan).
Com a morte de sua esposa por terroristas, o modo Vingança de Charlie é ativado e nesse ponto que o filme começa a ganhar forma. Essa construção é importante para comprar a ideia que o gênio dos computadores se tornaria um agente treinado da CIA.
A partir desse ponto vemos como Charlie é inteligente e está sempre um passo na frente porque aprendeu a usar suas qualidades e fraquezas a seu favor. Ele faz o mesmo com seus adversários nesse jogo de gato e rato. É interessante ver como ele vai descobrindo as coisas e juntando peças.
Charlie consegue ser treinado por Henderson interpretado por Lawrence Fishburne. E temos enfim o nosso espião preparado para sua primeira missão.
Tem momentos do filme que temos referências sobre alguns filmes do gênero como: “John Wick “ , “Jason Bourne” e até “007”. Talvez por ter elementos que compõem o gênero, vamos fazendo essa conexão. A motivação é um fator crucial em filmes de espionagem e ação. Entre os elementos como motivação estão: perder alguém importante. Essa é a motivação de Charlie Heller, vingar a morte de sua amada esposa. Outros elementos são: viagens pelo mundo, chefes perigosos, inimigos perigosos, novos aliados, perseguições, tensão, adrenalina e claro, momentos de respiro. Diferente da maioria dos filmes de espionagem, esse não festas glamourosas e roupas de gala. O que faz todo sentido nesse caso. Tudo está bem trabalhado no roteiro. A construção de Charlie em seus pontos fortes e fracos está eficiente e proporciona a Malek mostrar seus talentos de interpretação. Principalmente em momentos em que ele está só.
Para fazer a história do protagonista andar, os outros personagens precisam funcionar também.
O vilão do filme também foi bem construído e em nenhum momento o diretor Moore, interpretado por Holt McCallany (Garra de Ferro) se faz de bonzinho para o público. Os personagens suspeitam que ele não é boa coisa, mas só o público tem certeza. É bom ver um vilão mais clássico, vilões de virada tem sido uma constante e já perde um pouco da graça. Aqui o Diretor Moore tem um parceiro no crime, Caleb, interpretado por Danny Sapani (série Halo e filmes “Pantera Negra” e “ Pantera Negra: Wakanda Forever”) Eles tem duas pedras no caminho: Charlie Heller e a Diretora da CIA O’Brien interpretada por Julianne Nicholson.
Para dar vida a esses personagens foi escolhido um elenco talentoso que estamos habituados a ver em filmes e séries. Além de Rami Malek, temos nomes como: Catriona Balfe, Lawrence Fishburne, Jon Berthal, Rachel Brosnahan, Julianne Nicholson, Holt McCallany, Danny Sapani, Adrien Martinez e Michael Stuhlbarg.
A direção de arte de Gavin Fitch e Kevin Timon Hill teve que ser caprichada para passar por 7 países. Os cenários dos filmes começam nos Estados Unidos, e seguem para Inglaterra, França, Espanha, Itália, Turquia e Rússia. Em todas as locações a direção de arte saiu fora da caixinha clássica dos monumentos turísticos de seus países. Ponto positivo para essa ousadia em usar locais comuns se preocupando apenas em mostrar os locais que interessam na trama.
Tudo muito bem embalado numa trilha sonora criada pelo músico alemão Volker Bertelmann que nos ambienta no clima e tem um toque tecnológico sutil em algumas músicas remetendo à função de Charlie.
A Fotografia Martin Ruhe é boa, funciona, mas poderia ter valorizado mais as locações e as tomadas. Ruhe trabalha os tons mais pálidos como o estado de espírito de Charlie, e as cenas mais escuras são trabalhadas para enxergar o que se passa na cena, o que é bom, mas tem uma sensação de clausula.
Um dos pontos mais importantes de um filme de espionagem e ação é a edição. É o profissional da edição quem junta tudo o que filmado seleciona o que ficou bom e começa a dar forma para o filme. E essa tarefa ficou à cargo de Jonathan Amos que procurou dar ao público um bom ritmo ao filme.
Para quem gosta de um filme de espionagem, “Operação Vingança” merece atenção. Não tem inovações, salvo as escolhas da direção de arte, mas vale o ingresso. É um bom filme!
Agora, fica uma observação: O título original do filme é “The Amateur” ou seja “O Amador” então não tem por que o título no Brasil virar “Operação Vingança”. O título não ajuda muito a atrair o público, já que é bem batido. Tem muitos filmes do gênero com esse título de Operação alguma coisa. Fica a dica para os próximos filmes lançados no Brasil, pensem em deixar os títulos mais próximos de seus originais. Garanto que será devidamente entendido pelo público.
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