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Crítica: Vermelho Monet
Qual o valor da arte? O quanto ela é real? Quanto uma obra real ou não pode valer em uma noite de leilão de arte? Quando uma pessoa pode ser inspiração para uma produção considerada “obra prima”? Estas perguntas rondam Vermelho Monet, dirigida por Halder Gomes e que conta a história de Johannes, um pintor de mulheres mal sucedido que encontra em Florence, uma atriz que está insegura na preparação para o maior filme da carreira uma fonte de inspiração para a sua maior obra da carreira. E tudo isso passa por Antoinne é uma marchand influente que pode ser decisiva para o sucesso ou não da obra. O filme é um drama afiado, instigante, provocador e muito bem produzido que também fala de amor intenso, encontro e desencontro.
A produção traz uma outra vertente de Halder que é muito conhecido por suas comédias como Cine Holliúdy e Os Parças e que impressiona o público por sua qualidade. Com uma história interessante e que tem muitos bons desenvolvimentos e responde às perguntas que fiz no parágrafo inicial e provoca o público sobre o valor da arte e o seu papel na vida. Buscando conceitos que podem ser considerados de alta sociedade, ele exprime em uma obra que o público sente a tensão que a produção traz, sobretudo em seu desfecho. A edição caprichada ajudou a tornar o filme ainda melhor.
Mais do que ter uma ótima história e ter aspectos técnicos elogiáveis, o longa tem também atuações fantásticas de seus protagonistas. Chico Diáz como o pintor Johannes e Maria Fernanda Cândido como a marchand Antoinette. Os dois são personagens diferentes, mas com algo em comum: passam toda a autenticidade e emoção que tem na obra e como consequência temos magníficas atuações no ar.
O grande destaque é Stephanie Müller que interpreta a atriz Florence Lizz. Este é o primeiro papel dela no cinema e consegue se destacar com brilho e êxito. Sua personagem tem uma luz própria com uma atuação perfeita, cheia de intensidade e exprime toda a elegância, tensão e brilho que ela carrega. É uma personagem que tem uma energia e emoção intensa e com estilo próprio e sofisticação.
Vermelho Monet é o primeiro de uma trilogia que o diretor pretende fazer e tem muitas qualidades e a mistura de arte, amor, tragédia, poder e status aliado a grandes interpretações faz da produção uma legítima obra-prima. É um filmaço com muito requinte e qualidade. O próximo filme da série, de acordo com o diretor, deve ser Azul Vermeer e quem viu o primeiro certamente ficará na expectativa do segundo.
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