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Cinema

Deadpool & Wolverine

Andrea Cursino

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Deadpool e Wolverine um filme é criativo e divertido!

Temos um filme com cinco cabeças criativas que entendem bem do universo único de Deadpool, um personagem criado em 1991 pela dupla  Rob Liefeld e Fabian Nicieza. O diretor Shawn Levy e o ator Ryan Reynolds, que interpreta Deadpool, são produtores e também roteiristas do terceiro longa do herói mais fora da casinha do mundo da cultura pop. O roteiro contou também Zeb Wells, Rhett Reese e Paul Wernick.

Não tem como falar sobre esse filme sem falar primeiro do roteiro. Já começo falando que o terceiro filme é criativo, divertido e cheio de referências de quem conhece a fundo tudo que está relacionado com a Marvel. Sim, é um fã service muito bem executado. Ele conserva as caracteristicas clássicas dos personagens, inclusive a quebra da 4ª parede. Esse recurso que já nasceu com o anti-herói nos quadrinhos tem um detalhe: É preciso saber usar para não ficar chato. O segredo do sucesso é usar a 4ª parede de forma inteligente, apenas em alguns momentos quando realmente for necessário. E Shawn Levy e seus parceiros souberam muito bem como dosar.

Para começar, como trazer de volta dos mortos o personagem Wolverine, um dos mais queridos integrantes dos X-Men, interpretado por Hugh Jackman ? Lembrando que no filme “Logan” de 2017 dirigido por James Mangold, tem a morte de Wolverine. Acredito que o lado apaixonado dos roteiristas ajudou muito a tecer essa trama. A ideia de aproveitar a AVT, uma organização burocrática que existe fora do tempo e do espaço, e monitora a linha do tempo, foi tirada da série “Loki”. Por conta da AVT e as variantes, os roteiristas se divertiram muito divertindo o público de forma inteligente.

O filme foi durante suas 2h08m uma diversão de identificar vários elementos e personagens dos quadrinhos, séries e filmes, além de um toque pessoal de integrantes da equipe do filme. O caminho da auto sátira foi genial ! A Fox, Disney, Marvel e até DC não escaparam das brincadeiras. As muitas referências dos quadrinhos vai animar os fãs dos quadrinhos e da Marvel. O fato de entender que o filme é feito para fã, ajuda que o filme seja uma luz iluminando o caminho de volta dos fãs da Marvel ao universo cinematográfico. Isso também é um bom caminho para trazer novos fãs. E com isso, aguçar a curiosidade desse novo público em conhecer as obras originais.

Para trazer o Logan/ Wolverine de volta, só mesmo usando os recursos da AVT. Deadpool precisa muito trazer o Wolverine para ajuda-lo a salvar as pessoas que ama, mas Wolverine morreu no filme “Logan”. E como trazer de volta? E é nisso que as variantes entram. E para alegria geral dos fãs dos X-Men, temos um Wolverine com o uniforme original amarelo. Só isso, já vale qualquer ingresso!

Por sinal, falando em figurino,  parabéns para dupla Graham Churchyard e Mayes C. Rubeo que criou não apenas o figurino de Wolverine amarelo com perfeição, mas como também todos os uniformes de Deadpool e os personagens que vão aparecendo ao longo da história. Estão todos ótimos!

A direção de arte de Alex Bowens caprichou nos elementos de cena e os cenários, mesmo que alguns cenários sejam feitos por CGI estão bem feitos. Até que enfim! Prestem atenção nos detalhes dos cenários onde Deadpool e Wolverine são jogados ao atravessar os portais da AVT. Cada elemento usado tem uma informação para passar. Nada está ali sem propósito.

E falando nos portais, os efeitos visuais desse filme funcionam muito bem.  Swen Gilberg é uma intercessão entre Hugh Jackman e Ryan Reynold, já que trabalhou com os dois atores em outros filmes como: “Gigante de Aço” (Jackman) e Free Guy (Reynolds) além de já ter trabalhado com a Marvel em “Capitão América: Guerra Civil” e “Vingadores: Ultimato”. O que faz Swen Gilberg se sentir em casa e poder criar efeitos com mais entrosamento com os criadores do projeto. Ele conseguiu ambientar em uma cena importante vários elementos de referências de filmes que vão de “Mad Max Estrada da Fúria” de 2015 à “Planeta dos Macacos” de 1968. Mas a cena mais surpreendente é a cena de abertura, onde Deadpool Luta na neve com muitos adversários ao som de “Bye Bye Bye” de N’Sync.

Mas não adianta ter ótimos efeitos sem uma ótima montagem. E esse filme precisa muito que a montagem funcione para que suas cenas tenham fluidez e façam sentido na loucura que é tudo que está ligado a esse personagem. O ótimo casamento entre os efeitos visuais, a fotografia de  George Richmond e a montagem de Dean Zimmerman e Shane Reid elevou a qualidade técnica fazendo a experiência de assistir esse filme ser melhor. O filme tem um roteiro criativo que ambienta bem toda trama, mas sem esse entrosamento técnico, o filme perderia muitos pontos.

O maior atrativo desse filme é o elenco! Os atores dão vida aos personagens que fazem parte da cultura pop e dos corações de milhões de pessoas através dos anos. Hugh Jackman foi convidado para voltar a interpretar o Wolverine. Em pensar que ele foi convidado para substituir o ator Dougrey Scott, que iria interpretá-lo, mas se lesionou nas filmagens de “Missão Impossível 2” e sua recuperação iria atrasar muito o projeto. Foi quando Halle Barry – que interpretou Tempestade no mesmo filme – o indicou para o papel. Ele ficou perfeito! De lá pra cá se passaram 20 anos, 11 filmes e Hugh Jackman continua perfeito para o personagem. É difícil pensar em outro ator que consiga dar vida ao Wolverine como Jackman fez e continua fazendo. O ator australiano interpreta o personagem canadense com tamanha profundidade que não importa se o filme é bom ou ruim, ele está sempre ótimo com esse personagem.  E o ator Hugh Jackman pôde desenvolver mais o personagem com sua origem nos qudrinhos e trouxe para alegria dos fãs o personagem com seu traje original, além de suas variantes.

Já Deadpool também  encontrou seu ator perfeito, Ryan Reynolds! Vale dizer que o ator está incrível e com a história das variantes, ele pode explorar várias camadas desse personagem.

Todo filme de herói precisa de um vilão, e aqui vai uma bem poderosa, a irmã gêmea de Charles Xavier, Cassandra Nova, interpretada por Emma Corin. Ela fica com a parte mais séria do filme. Assim como drama precisa de alívio cômico, toda comédia precisa de um toque de seriedade. Esse fica por conta da Britânica Emma Corin.

Geralmente, os cães são fofos e conquistam o corações do público e aqui temos Dogpool, que Wade se apaixona de cara. Ele é como Wade, todo desforme, mas não importa, ele fofo.

Vale lembrar que Deadpool foi criado Rob Liefeld e Fabian Nicieza inspirado em alguns personagens da Marvel. O nome Wade Winston Wilson, é uma parodia a um vilão da DC Comics chamado Exterminador que seu alter ego tem o nome de Slade Wilson. E claro, alguns heróis da Marvel como Homem-Aranha e Wolverine. Sua primeira aparição no cinema foi em  “Wolverine: Origens” onde mostrou a formação do Projeto X. Wade tem o poder de cura de Wolverine.

O elenco conta com participações interessantes que não vou falar para evitar spoiler, mas não posso deixar de mencionar um funcionário da AVT, interpretado por  James Dryden. Ele não fala nenhuma palavra, mas interpretação dele está toda na expressão facial. Sou a favor de manter esse personagem em um próximo filme de Deadpool e Wolverine.

A Trilha sonora é um personagem à parte. O músico Rob Simonsen foi extremamente feliz com sua escolha musical para compor as cenas do filme. Um destaque que vai ficar marcada no cinema é a abertura desse filme. Deadpool em confronto com os policiais da AVT ao som da música “Bye, Bye, Bye” da banda  NSYNC. Nota mil para a dancinha impagável.

O resumo da ópera é que “Deadpool  e Wolverine” é um filme divertido, cheio de referências, muito “fora da casinha” e com críticas sociais para pensar depois de embarcar no louco universo de Deadpool e Wolverine.  Apenas divirta-se!

Ah, um aviso: Durante os créditos tem uma linda homenagem aos filmes da Fox e no pós crédito tem uma cena extra que vale a pena ficar para assistir.  

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