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IC Play recebe seleção de oito curtas da 20a CineOP até 13 de julho
Desde a última sexta (27) e até 13 de julho, a Itaú Cultural Play exibe uma seleção de filmes da 20ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, que acontece presencialmente na cidade mineira entre 25 e 30 de junho. A curadoria reúne oito curtas-metragens, dois da Mostra Histórica, que, neste ano, propõe uma incursão pela comédia nacional sob a perspectiva das mulheres, e seis da Mostra Contemporânea, com filmes que trazem imagens de arquivo e fazem experimentações em torno da memória.
A janela de exibição da 20ª CineOP integra a programação especial de aniversário da Itaú Cultural Play, que completa quatro anos neste mês de junho. Até 16 de julho, ampliando o alcance dos festivais para todo o Brasil, a plataforma ainda recebe filmes do 17º In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical, da 8ª Parada de Cinema – Mostra de Cinema Brasileiro Contemporâneo, do 29º Cine PE – Festival do Audiovisual e do 14º Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba.
O humor delas
No ano em que completa 20 anos de existência, a CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, importante festival destinado à preservação, história e educação, dedica sua Mostra Histórica à comédia brasileira feita pelas mulheres, estejam elas na frente ou atrás das câmeras. Em um campo historicamente dominado por homens, as mulheres enfrentaram diversos desafios para ocupar esse espaço e transformar a linguagem cômica em uma poderosa ferramenta de resistência, subversão de estereótipos e ampliação das possibilidades narrativas. Em sinergia com esse tema, a homenageada da edição deste ano é a atriz e comediante paulistana Marisa Orth, artista multifacetada conhecida pelos papéis nas telas e nos palcos.
Da Mostra Histórica, a plataforma recebe dois curtas-metragens, um deles estrelado por Marisa Orth. Trata-se de A origem dos bebês segundo Kiki Cavalcanti (São Paulo, 1995), de Anna Muylaert. Essa comédia de costumes aborda a vida amorosa de um casal não muito apaixonado, sob a perspectiva inocente e divertida de sua filha de seis anos, Kiki Cavalcanti – cuja mãe é interpretada por Marisa.
O outro curta-metragem é Alfazema (Rio de Janeiro, 2019), de Sabrina Fidalgo. Durante o carnaval, a protagonista, Flaviana, enfrenta um dilema inusitado: como se livrar de um amante que se recusa a sair de seu chuveiro? Nas margens do cinema de humor comercial, o filme propõe uma reflexão debochada sobre o próprio ato de filmar e representar.
A curadoria da Mostra História é de Cleber Eduardo e Juliana Gusman, que também assinam o recorte exibido na IC Play.
Reconstruções temporais
A Itaú Cultural Play ainda recebe seis curtas-metragens documentais da Mostra Contemporânea, que fazem uso das imagens de arquivo e experimentam procedimentos formais diversos em torno da memória e do passado. A curadoria dessa seleção é de Camila Vieira, curadora responsável por todos os curtas-metragens da Mostra Contemporânea.
O documentário capixaba Suá, a praia que sumiu (2025) resgata a história de uma praia, localizada em uma comunidade de pescadores com ricas manifestações culturais ancestrais, em Vitória, capital do Espírito Santo, que foi aterrada nos anos 1970 em nome do “progresso”. O filme questiona a narrativa oficial da época, que celebrava o feito, e busca desconstruí-la a partir de uma nova montagem que revela as consequências dessa
intervenção.
Afluente (Rio de Janeiro, 2024) é um ensaio fílmico que analisa a transformação do rio São Francisco em fonte de eletricidade. Utilizando arquivos de imagens de meados do século XX e filmagens mais atuais, o documentário apresenta as diversas formas como o rio foi retratado, prevalecendo a visão de um recurso a ser explorado. No entanto, o filme mostra que essa perspectiva não é a única possível e traz vozes que propõem outras temporalidades e escutas do entorno, além de reinterpretar o próprio arquivo fílmico. O projeto nasceu da pesquisa de doutorado do diretor Fred Benevides na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e é montado com uma variedade de materiais, desde fotos e cinejornais em película até registros em 16mm, Super-8 e formatos digitais.
Em O que fica (Santa Catarina, 2024), a dupla de diretores Daniel Edu Mayer e Fabiane Bardemaker Batista nos transporta para as ruínas de uma escola abandonada no interior de Santa Catarina. Um retrato sensível do êxodo rural, o filme convida à reflexão sobre o que permanece em meio à desolação: móveis quebrados, poeira e memórias.
Fortaleza liberta (Ceará, 2024), por sua vez, investiga a narrativa por trás do quadro homônimo, exposto no Museu do Ceará, que retrata o dia da abolição da escravatura na capital cearense, em 1883. Essa obra de arte serve como ponto de partida para os diretores Natália Maia e Samuel Brasileiro questionarem as lacunas e omissões na representação histórica do evento.
Um breve respiro democrático (Rio de Janeiro, 2024), de Rafael de Luna Freire, é um registro histórico que nos leva a 1946, ano em que o Partido Comunista Brasileiro pôde participar das eleições. Com imagens inéditas de Luís Carlos Prestes e Carlos Marighela, capturadas pelo cinegrafista Esdras Baptista entre o fim do Estado Novo e o recrudescimento da repressão aos políticos comunistas, o curta-metragem contou com o trabalho de restauro do Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual (Lupa) da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Por fim, A nave que nunca pousa (Paraíba, 2025), de Ellen Morais, acompanha o cotidiano de uma comunidade quilombola no sertão paraibano, sobre a qual pairam, no céu, naves estranhas. Os moradores precisam lidar com as consequências dessa visita enigmática, que parece uma história de ficção científica.
Serviço – Seleção de filmes da 20ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto
Até 13 de julho na Itaú Cultural Play
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