Olá a todos! O colunista de NA TRILHA DO CINEMA, retorna às atividades como crítico. Aproveitando a Páscoa, ou Semana Santa que chega, este crítico encontras-se em uma missão difícil, isto é, discorrer sobre o filme MARIA MADALENA (MARY MAGDALENE). Isso mesmo, ela é uma das figuras mais emblemáticas e enigmáticas na história da Bíblia.

Dirigido pelo australiano, Garth Davis (LION: Uma Jornada Para CasaLION, 2016), reúne em seu elenco, atores de peso. A começar pela personagem título, interpretada pela atriz Rooney Mara, indicada por duas vezes ao Oscar e ao Globo de Ouro, em parceria com nada mais, nada menos que Joaquin Phoenix, atuando como Jesus de Nazaré.

Rooney Mara (Maria Madalena // Mary Magdalene)
Joaquin Phoenix (Jesus de Nazaré // Jesus)

O filme leva o público a questionamentos muito pertinentes. E o primeiro deles é, e infelizmente, o machismo. Mulheres não podiam orar sozinhas, e sim, em conjunto e separadas dos homens em suas sinagogas. Flagrada por um dos seus irmãos mais velhos, Daniel, neste ato, Maria Madalena sofre com a alegação de sua família, que o demônio a possuiu. Premissa atroz da Igreja Anglicana.

Mas a Santa Madre Igreja Católica não está livre das dúvidas da sociedade. Para quem não sabe, foi através do Papa Gregório, na segunda metade do século VI d.C, que Maria Madalena foi praticamente execrada do mundo cristão, “sendo condenada por um crime que não cometeu”, o da prostituição. Ao longo de séculos, muitas pessoas cresceram ouvindo falar que a mesma era uma prostituta que, arrependida do seu ofício, tomou a decisão tornar-se uma das propagadoras das palavras de Jesus Cristo. No entanto, não há nenhuma anotação bíblica que comprove este fato. Quase mil e quinhentos anos depois, o Vaticano reconhece o seu erro e o Papa Francisco estabeleceu que o dia 22 de julho, a Igreja Católica celebrará o dia de Santa Maria Madalena.

O brilhante trabalho do diretor Garth Davis, deixa claro o machismo tanto da Igreja Católica, quanto o da Igreja Anglicana, ou Evangélica, nos dias de hoje.

É importante deixar registrado, as magníficas atuações dos atores, Chiwetel Ejiofor e Tahar Rahim, respectivamente de nacionalidades britânica e francesa (mas com ascendência argelina) e nessa mesma ordem, interpretando os apóstolos Pedro e Judas Iscariotes.

Chiwetel Ejiofor (Pedro // Peter)
Tahar Rahim (Judas Iscariotes)

Importantíssimo destacar que, embora não há registros oficiais de Maria Madalena e Jesus de Nazaré tiveram um relacionamento afetivo, mas mesmo de forma implícita, fica claro o amor mútuo entre ambos, seja de forma fraternal, como também, perante o aspecto físico, apesar de várias hipóteses foram e ainda são levantadas sobre um possível relacionamento, gerando inclusive filhos.

Este crítico analisa o longa metragem discorrendo sobre como as pessoas levam a fé aos extremos e que muito possivelmente, não há necessidade para tal ato. Outro fato significativo que este crítico considera ser de suma importância e o próprio questiona, por que Maria Madalena não é ou, ainda não é considerada como o décimo terceiro apóstolo, como visto na famosíssima tela de Leonardo da Vinci, “A Última Ceia” (em italiano “L’Ultima Cena” ou, “Il Cenacolo”)?

É claro e evidente que o público fica livre para esta e outras reflexões. Aliás, este crítico recomenda este filme para que todos façam o mesmo.

Carpe diem e o filme, também!

 

Wellington Lisboa.

Artigo anteriorANOS 80 – TOP GUN (ASES INDOMÁVEIS)
Próximo artigoCrítica – Os Farofeiros
Wellington Lisboa, nascido no bairro das Laranjeiras (mas não é tricolor), formou-se e por duas vezes em Comunicação Social, nas habilitações de Publicidade & Propaganda e Relações Públicas, pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso - FACHA, após cursar a disciplina 'Comunicação & Cinema', com o Professor Carlos Deane, percebeu que o Cinema poderia se tornar a Sétima Arte em sua vida. O falecido Coordenador do Núcleo Artístico e Cultural (NAC), Heleno Alves, propôs a ideia de criar um coral. Foi quando o nosso crítico e colunista enveredou pelo caminho musical. Criado o Coral da FACHA e, logo depois, rebatizado com o nome de DANOCORO, Wellington Lisboa, construiu uma carreira musical, junto com o grupo, ao longo de quase quinze anos. Após concluir as duas habilitações, ele cursou Letras (Português - Italiano) na UFRJ mas, não terminou. Entitulando-se 'um eterno ser em busca de si mesmo', Wellington Lisboa enveredou pela graduação em Cinema, foi quando (re)descobriu que o Jornalismo caminha junto com esta arte.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui