A proposta de fazer uma versão feminina do filme “Onze Homens e Um Segredo” funcionou muito bem e apresentou para o público um filme divertido com um ótimo elenco que teve a chance de mostrar seu potencial.

O diretor Americano Gary Ross soube conduzir a história e preservar a essência da obra que se inspirou. Na nova versão, além das boas tomadas, a direção do elenco foi outro ponto positivo. Não deve ter sido tarefa fácil dirigir tantas mulheres talentosas, premiadas e com personalidades fortes. Parabéns por ter conseguido não só tirar o melhor de cada atriz para dar vida a sua personagem, mas também como dosar bem as interpretações sem que uma ofuscasse a outra.

O roteiro de Gary Ross contou com a parceria de Olívia Milch para ajudar a se aproximar do universo feminino para construir as estruturas das personagens. A história é interessante e parte do princípio que a líder do grupo é a irmã de Danny Ocean’s (George Clooney), Debbie, vivida por Sandra Bullock. Ela procura sua melhor amiga Lou assim que sai da cadeia. A estilosa dona de Bar, Lou é vivida por Cate Blanchet e aos poucos vai recrutando as demais personagens, cada uma com uma função. Entram na jogada   Helena Bonham Carter, a figurinista Rose Weil, a estrela de cinema Daphné Kluger vivida por Anne Hathaway, a hacker Leslie (Bola Nove) vivida por Rihanna, a dona de casa Tammy vivida por Sara Poulson, a joalheira Amita vivida por Mindy Kaling e a ladra de rua Constance vivida por Awkwafina. Os homens também fazem sua parte nesse longa com destaque na ala masculina para o ator James Corday que interpreta o agente de seguro John Frazier e o motivador de toda a trama, o artista plástico golpista Claude Backer vivido por Richard Armitage. Os dois estão ótimos.

Além da interpretação, a composição dos personagens está muito eficiente tendo destaque para o figurino deslumbrante criado por Sarah Edwards (A Vida Secreta de Walter Mitty). Esse filme com certeza merece a indicação de Melhor Figurino para as premiações do ano que vem.

A maquiagem valoriza as cenas e as atrizes em cada momento. Em alguns momentos Helena Bonham Carter parecia ter saído de um filme de Tim Burton com uma caracterização excêntrica. Tudo haver com a personagem. Rihanna estava irreconhecível no primeiro momento que você vê a personagem e segundos depois identifica; É a Rihanna. Sara Poulson capricha na caracterização e na interpretação com os olhos.   Anne Hathaway traz a tona um deja vu, Ela interpretou Andrea Sachs em Diabo veste Prada onde ela foi introduzida ao universo da moda e aqui ela se mostra confortável no universo rico em glamour. Cate Blanchet passa todo filme com elegância despojada em terninhos e calça comprida. A divertida Amita mostra que uma simples joalheira indiana pode se tornar glamorosa em meio a pressão de toda essa loucura do roubo. Já a larápia Constance é engraçada, mas logo vai se adaptando ao jogo. Já Sandra Bullock está linda e elegante mesmo quando não é o momento de estar. Não que seja um erro de composição, é mais um acerto de entender que o glamour de Debbie vem do sangue, faz parte da personalidade dela.

A trilha sonora é divertida e assinada por Daniel Pemberton (Agente da U.N.C.L.E). Então pode esperar boas sonoridades nesse filme. A Edição e mixagem de som também estão caprichadas e deixa tudo harmonizado.

O filme tem um bom ritmo proporcionado pela edição que manteve o estilo dos filmes que foi inspirado.

A direção de Arte caprichou nos detalhes, já que a história envolve o glamoroso evento de Gala do MET, ou seja, o famoso Museu Metropolitan, em Nova York e grifes famosas. Os adereços de cena, os cenários, as externas, tudo estava dentro da proposta.

O conjunto da obra mostra um filme elegante, divertido e tecnicamente talentoso e uma valorização artística não só do elenco, mas também dos artistas da maquiagem, efeitos visuais, direção de arte e trilha sonora.

O filme tem a produção de Steven Soderbergh, George Clooney e Susan Ekins. Nesse ponto podemos entender o cuidado com essa versão, já que os produtores desse filme é o mesmo time estava envolvido nos filmes anteriores. Soderbergh dirigiu, George Clooney foi o protagonista e a Susan Ekins produziu os três filmes dessa franquia. Esse envolvimento na produção colaborou para que Oito Mulheres e um Segredo conservasse a essência, mas com a oportunidade de variar a história e os personagens deixando tudo funcionando redondo. A versão feminina vale cada centavo do ingresso. Uma vantagem é mostrar que homens e mulheres podem trabalhar harmonicamente sem precisar levantar bandeiras e tudo corre naturalmente como deve ser. A personagem Debbie é enganada e vai parar na cadeia, por isso, a irmã de Danny Ocean mostra que tem o sangue do pai e do irmão correndo nas veias e honra a família que tem por hábito não deixar nada barato. Na arte da trapaça, não existem homens e mulheres, e sim, presa e predador. E como diz o famoso ditado popular: Um dia da caça e outro do Caçador”.

Que as maravilhosas oito mulheres possam divertir você e matar a saudade da franquia que fez sucesso no mundo todo com onze, doze e treze homens cheios de segredos. Agora é a vez de colecionar os segredos dessas oito mulheres.

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