J.K Rowling se tornou uma das pessoas mais importantes do mundo ao escrever a saga de Harry Potter. Ela reaqueceu a indústria literária no mundo todo e abriu portas para novos autores. Depois os livros foram levados aos cinemas e virou uma das marcas mais fortes do mundo do entretenimento. Quando a saga acabou, os fãs pediram mais e ela acabou cedendo à pressão e então resolveu encarar o projeto “Animais Fantásticos” em cinco longas.
Ano passado o mundo conheceu o primeiro longa “Animais Fantásticos e Onde Habitam” que fala sobre a viagem que o bruxo Newt Scmander vivido por Eddie Redmayne fez para Nova York e conhecemos o mundo bruxo dos Estados Unidos. Agora conhecemos uma pouco mais sobre a história pregressa de Alvo Dumbledore e seu rival Grindewald. E agora temos um Grindewald exposto, podemos ver Hogwarts quando Dumbledor ainda era professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, muito antes de ser diretor de Hogwarts e do nascimento de Voldemort e mais ainda de Harry.
O filme é dirigido por David Yates, que dirigiu o 5°, o 6º, o 7º e o 8º filmes de Harry Potter. Isso colabora muito para respeitar a essência e inserir elementos da obra original. Outro fator importante é que o roteiro é escrito pela autora da obra original, J.K Rowling. Ela costuma responder pelas redes sociais as dúvidas e teorias que os fãs tem sobre esse universo e aproveitou a nova saga para colocar em prática. O filme é mais dinâmico e prende mais a atenção que seu antecessor. Isso se deve três fatores: a visão de Yates, a originalidade da história e a montagem. Como não tem um livro como guia como aconteceu com outros filmes adaptados de livros, a roteirista pode dar asas a sua imaginação e dar vazão as muitas teorias discutidas com os fãs.
Uma novidade é que em todos os oito filmes de Harry Potter todo elenco era exclusivamente de atores britânicos. Nesse filme já vemos atores de diversas nacionalidades. No último filme cabiam ter atores americanos já que a trama se passava nos Estados Unidos. Mas nesse, a trama volta para a Inglaterra. E personagens britânicos são interpretados por atores americanos, o que surpreende essa quebra na linha que vinha sendo seguida. Ela preservou Dumbledor que foi muito bem representado pelo ator britânico Jude Law que entendeu a essência do que Michael Gambon criou ao longo dos anos.
Um dos personagens principais da trama, o bruxo britânico Grindwald é interpretado no primeiro filme pelo ator Irlândes Collin Farrell quando estava transfigurado com poção polissuco no auror Graves e depois é revelado ser Jonnhy Depp. Outra personagem britânica é Leta Lestrange da tradicional família bruxa, interpretada pela atriz americana Zoe Kravitz.
Outra teoria criada por Rowling durante suas conversas com os fãs é que a fiel cobra de Voldmeort, Nagini era uma mulher que sofria de uma transfiguração gradativa, ou seja, com o tempo ela viraria cobra permanentemente. Para essa função foi escalada a atriz sul coreana Claudia Kim.
Outro personagem importante para trama é credencie, interpretado pelo ator de americano Ezra Miller que está muito bem no personagem e mostra uma evolução nesse filme. A França também tem seu representante com William Nadylam interpretando Yussuf Kama, assim como o dinamarquês David Sakurai, o chileno Brontis Jodorowsky como Nicolau Flamel e o alemão Wolf Roth. Isso traduz que Rowling resolveu internacionalizar o elenco atendendo aos muitos pedidos dos fãs. Americanos, britânicos, sul coreanos, chileno, francês, dinamarqueses tiveram seus representantes na trama, o que pode alimentar as esperanças de fãs brasileiros de ter um ator ou atriz da nossa terrinha na trama, já que foi confirmada a notícia que o terceiro filme será no Brasil.
O elenco internacional está muito bem dirigido e a parte técnica do filme também estava afinada. A fotografia do francês Philippe Rousselot mantém sua linha de trabalho e seu toque sofisticado à fotografia do filme criando uma estética elegante.
A direção de arte sempre foi um dos pontos fortes da saga e não poderia ser menos nessa. O posto continua nas mãos de Martin Foley que como era de se esperar, cria um universo impecável com cenários e objetos de cena. Seu trabalho foi valorizado pelos efeitos visuais e a fotografia. Os fãs podem matar as saudades do castelo de Hogwarts.
A maquiagem está bem-feita, mas a maquiagem de reconstrução facial que sempre foi impecável, teve uma rateada ao fazer um rosto para Nicolau Flamel com cara de máscara. Assim como Grindewald de Jonnhy Depp ter o rosto branco demais. Mas esses são detalhes que estão lá, mas não atrapalha o bom andamento do filme.
Os figurinos deslumbrantes criados pela mestra no assunto, Colleen Atwwood complementam o bom trabalho do elenco. É interessante ver Dumbledor com outro tipo de roupa. As roupas femininas estão elegantes e mostram uma evolução de cada personagem que retorna a trama, além de fazer uma ótima apresentação de novos como Leta e Nagini que ganham um figurino elegante. Credence também evolui no figurino, onde suas roupas abandonam o soturno preto e ganham mais vida representando seu estado de espírito, sempre junto com sua amada Nagini.
A trilha sonora compõe bem o clima de filme. James Newton Howard e continua o bom trabalho já feito anteriormente por John Williams, Patrick Doyle, Nicholas Hooper e Alexandre Desplat na saga de Harry Potter. A ambientação da música com um toque clássico das músicas dessa década estão presentes com uma sensação de fantasia grandiosa. Vale a pena conferir a trilha sonora rica em melodia. Claro que não é tão marcante como tema clássico de Harry Potter criado por John Williams, mas é uma trilha com valor artístico e muito bem executada.
Fechando os trabalhos com muita competência o editor Mark Day montou o filme com agilidade o que proporcionou um ritmo mais dinâmico ao filme e que prende a atenção. A história ganhou forma com essa montagem coerente que liga muito bem cada cena.
No fim das contas, J.K Rowling e David Yates parecem estar renovados e com energia para mais filmes. É bom ver que o primeiro filme é bom e o segundo é melhor. Se seguir nesse ritmo teremos uma ótima saga pela frente.
