Depois de 27 anos encantando famílias no mundo todo a Disney resolveu transformar a animação de 1992 em live action e fez um ótimo trabalho. Para essa tarefa foi convocado o diretor britânico Guy Ritchie que além de dirigir, roteirizou em parceria com o roteirista John August, que já é um velho conhecido da Disney por seus roteiros dos filmes “A Noiva Cadáver” e “Frankenwinnie”. É importante garantir que alguém entenda a essência da animação e comece pelo caminho certo é o primeiro passo para ter um projeto bem-sucedido.
O elenco foi bem escalado começando por Will Smith que interpreta o gênio com maestria. Ele rouba cena cantando, dançando e interpretando. É muito bom ver Will Smith descontraído voltando a usar seu lado cômico. Podemos ver um toque de Will de “Fresh Prince Of Belair” também conhecido no Brasil como “Um Maluco no Pedaço”, uma referência de Robin Williams e claro, um toque “Will Smith” para interpretar um dos personagens mais carismáticos do cinema, o Gênio. Robin Williams se estivesse vivo ficaria feliz com o trabalho carinhoso e respeitoso com que um de seus personagens preferidos foi tratado.
O protagonista Alladin foi interpretado pelo ator egípcio Mena Massoud conhecido por seu trabalho na série “Jack Ryan”. Para dar vida a Princesa Jasmine foi escalada a atriz Naomi Scott que interpretou a baixista Mohini do filme para TV “Lemonade Mouth” e a Kimberly, a Ranger Rosa de “Power Ranger, O Filme”. Já o vilão Jafar foi interpretado pelo ator Holandês Marwan Kenzari que vimos em “O Assassinato no Expresso Oriente” e “Ben Hur”. O Sultão ficou muito bem caracterizado pelo ator Iraniano Navid Negahban das séries “Lost” e “Homeland”. Também da série “Homeland”, “Jack Ryan” e “Prision Break” o ator Turco-Alemão Numan Acar interpreta o chefe da guarda real Hakim. E a criada da Princesa Jasmine, Dalia é vivida pela atriz americana Nasim Pedrad das séries: “Saturday Night Live” e “New Girl”. A voz do papagaio Iago é do ator Alan Tudyk. O elenco está bem em seus personagens na caracterização, quanto na interpretação. Guy Ritchie mostrou mais uma vez que tem o a habilidade em tirar o melhor de seu elenco.
O filme segue a animação como linha condutora, mas o live action tem pequenas mudanças para não virar uma cópia do original, e sim, uma nova versão de contar a história. Não se preocupe, nada foi cortado e sim acrescentado. Dois números musicais de canções criadas para esse longa. Um solo para Alladin e outro para Jasmine. As duas canções se repetem para marcar mais já que são canções inéditas em meio as canções já consagradas do público.
O filme é divertido, vibrante, cheio de energia e o principal, respeita a obra original. A fotografia do filme é um dos pontos positivos do filme. Alan Stewart caprichou nas cores e valorizou os cenários e os figurinos com tons vibrantes que elevam o astral de quem olha.
Falando em figurinos, Michael Wilkinson fez um trabalho impecável com um vestuário elegante e colorido. Assim como a direção de arte que caprichou nos cenários e adereços do filme. Os efeitos visuais funcionaram muito bem e parte dele é uma grande homenagem aos efeitos da animação.
A edição foi outro acerto e uma importante parte do filme. Sem esse trabalho com eficiência, outros departamentos sofreriam prejuízos por mais eficiente que fosse o trabalho. Podemos parabenizar o editor James Herbert que fez a mágica acontecer e imprimiu um bom ritmo ao filme. Com isso, conseguiu juntar muito bem interpretação, números musicais, ação de forma coesa e harmoniosa. A cenas de ação de Alladin dependiam muito da visão ampla de Guy Ritchie estar coesa com a visão de James Herbert. O resultado foi positivo com boas cenas com belas tomadas bem ao estilo de Ritchie somadas ao uma edição perfeita.
Em termos de Live Action, a Disney teve um acerto em cheio tanto como trazer de volta um clássico muito querido com uma bela homenagem. O Alladin de Guy Ritchie é um filme divertido que vai confortar o coração dos fãs que vem da infância, dos novos fãs e apesar de alguns poucos defeitos, o filme vale o ingresso!
