Filhas do Sol, escrito e dirigido por Eva Husson (Uma História de Amor Moderna) com distribuição da Califórnia Filmes, tem estreia prevista em circuito comercial para 15 de agosto. O filme foi exibido na competição oficial do último Festival de Cannes, onde concorreu à Palma de Ouro, além do Festival Varilux de Cinema Francês, que acontece em junho, em diversas cidades brasileiras.  

O longa acompanha Bahar, a comandante do batalhão Filhas do Sol, que se prepara para libertar sua cidade das mãos dos extremistas, esperando encontrar seu filho, mantido refém. Para acompanhar a jornada e fazer a cobertura do ataque, a jornalista francesa Mathilde se junta ao grupo e testemunha a história dessas guerreiras. Desde que tiveram suas vidas viradas de ponta cabeça, todas elas estão lutando pela mesma causa: mulheres, vida, liberdade. 

Baseado em situações reais, Filhas do Sol é inspirado na unidade de resistência Yazidi homônima, formada apenas por mulheres iraquianas, que lutam para retomar sua dignidade numa sociedade patriarcal e permeada por lutas políticas internas. Esse grupo se formou como uma reação à guerra civil e um caminho de sobrevivência para essas mulheres, após serem vítimas de perseguição e massacres por anos. 

Em 2014, o ISIS (Estado Islâmico no Iraque e na Síria, em inglês) realizou um ataque nas montanhas de Sinjar, território do povo Yazidi, estrategicamente importante por estar entre o Iraque e a Síria. Os 300 mil habitantes do local foram pegos de surpresa e o massacre foi violento. Meninos foram enviados para escolas jihadistas, que os ensinam a matar aos três anos de idade, mulheres e meninas foram vendidas como escravas ou mercadoria sexual, obrigadas a se casar e torturadas. 

Anos depois, mesmo com as tentativas das parlamentares Yazidi em conseguir ajuda internacional, as mulheres continuam presas e perseguidas. Paralelamente aos grupos masculinos de resistência contra o ISIS, as mulheres começam pouco a pouco a pegar em armas para se defender, até o surgimento de uma força Yazidi totalmente feminina: as Filhas do Sol. 

As Filhas do Sol não têm nada a perder. O seu grito de guerra é “eles nos estupram, nós os matamos”. E contam com a crença dos soldados do ISIS a seu favor: eles acreditam que se morrerem pelas mãos de uma mulher, não irão para o céu. Por isso, as combatentes femininas os aterrorizam. São essas mulheres, guerreiras e revolucionárias, que o longa Filhas do Sol retrata. 

“Quando uma mulher consegue te contar que ela foi sequestrada e vendida quatorze vezes, e conta isso com extrema serenidade e força, você automaticamente questiona suas ideias e convicções sobre a tragédia do sofrimento. Desconstrói sua imagem de guerra. Eu queria essa experiência em meu roteiro”, explica a diretora Eva Husson.  

Sobre o filme ser colocado como “filme de mulher”, por contar histórias sob a ótica feminina, Husson é taxativa: “Não usamos a expressão ‘filme de homem’, simplesmente porque a proporção nesse momento é muito abundante. A história do cinema é 95% composta de uma perspectiva masculina do mundo. Se usamos essa expressão é porque ainda estamos com falta de perspectivas femininas no cinema para acabar com essa universalidade. Então mãos à obra!”   

Sinopse 

Bahar (Golshifteh Farahani) é a comandante das Filhas do Sol, um batalhão composto apenas por mulheres curdas que atua ofensivamente na guerra do país. Ela e as suas soldadas estão prestes a entrar na cidade de Gordyene, local onde Bahar foi capturada uma vez no passado. Mathilde (Emmanuelle Bercot) é uma jornalista francesa que está acompanhando o batalhão durante o ataque. O encontro entre as duas mulheres, dentro do cenário caótico que as cercam, irá mudar a vida de ambas permanentemente. 

Ficha técnica 

Direção: Eva Husson
Roteiro: Eva Husson
Produção: Didar Domehri 
Elenco: Golshifteh Farahani, Emmanuelle Bercot, Zübeyde Bulut  
País: França  
Ano: 2018 

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