A obra da diretora japonesa mais premiada e importante da atualidade sempre foi marcada por retratar relações familiares e sociais, e em MÃES DE VERDADE não é diferente. O longa tem, ao centro, uma história de adoção, e suas consequências, anos depois. O roteiro, assinado pela própria Kawase (Esplendor, Sabor da Vida, O segredo das águas), é baseado num romance de Mizuki Tsujimura, de 2015. O filme é co-escrito por Izumi Takahashi e An Tôn Thât.

MÃES DE VERDADE foi selecionado para o Festival de Cannes, que, mesmo cancelado, anunciou os filmes que exibiria, dividindo-os em seções. O longa está na The Faithful (Os fiéis, em tradução livre), que comporta obras de diretoras e diretores que já tiveram ao menos um trabalho exibido no festival antes. O filme  também foi exibido nos Festivais de San Sebastian, Chicago e Toronto. No Brasil, foi exibido na 44ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.

Como na maioria dos filmes da cineasta, as personagens principais são femininas, e aqui duas mulheres têm seus destinos ligados por uma adoção: uma delas se resignou a um futuro sem filhos, por conta da infertilidade do marido, e outra ficou gravida inesperadamente, e ama o filho profundamente, mas não o pode criar. A produtora do longa, Yumiko Takebe, define-o como “sobre as escolhas que essas personagens fazem, que se tornam um segredo bem guardado. E isso me trouxe muitas dúvidas e até sentimentos próximos da raiva [quando li o livro]. Essa história tem uma mensagem importante que fala ao mundo de hoje. Por isso acredito que esse era o momento de fazer o filme.”

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