O Sindicato dos atores de Hollywood (SAG-AFTRA) começa nesta sexta, dia 14 de julho, uma das maiores greves da história do cinema dos Estados Unidos. Grande parte dos seus 160 mil membros do Sindicato dos atores se junta aos roteiristas já paralisados desde maio. Esta é a maior greve do entretenimento americano desde 1960.
A causa da greve é o fracasso das negociações com representantes dos estúdios sobre temas como melhores salários e outros benefícios e a definição do uso da inteligência artificial na produção de filmes e programas de tv, para garantir que a imagem dos atores não seja recriada sem autorização. O Sindicato teme sobretudo o uso da IA para substituir os figurantes.
Durante a greve, o Sindicato proíbe qualquer exercício da função em sets de filmagem ou na divulgação de projetos dos estúdios, como entrevistas. Na première do filme Oppenheimer, em Londres, os atores se retiraram em solidariedade ao movimento antes mesmo de a greve começar.
Quais são as possíveis consequências da greve?
Com atores e roteiristas em greve todas as produções vão parar. Até hoje, dia 14/07, Deadpool 3, Mortal Kombat 2 e Gladiador 2 entre outros grandes títulos do cinema, haviam paralisado as atividades. Stranger Things e The Handmand’s Tale são algumas das séries que tiveram as filmagens suspensas. Os filmes que já estão em fase de pós-produção podem estrear, mas sem a participação dos atores na divulgação a bilheteria deve ser afetada.
Se a greve se estender, as estrelas não vão participar de grandes festivais, como o de Veneza (30/08 a 29/09) e o de Toronto (07/09 a 19/09). O Emmy 2023, previsto para 18 de setembro, deve ser adiado porque sem roteiristas é impossível planejar a cerimônia, e os atores não poderão comparecer ou receber a premiação se ainda estiverem em greve.
Hollywood ainda tenta se recuperar das perdas dos anos de Covid e o impacto financeiro da greve pode ser enorme. Segundo analistas, a última greve dos roteiristas, entre o final de 2007 e o início de 2008, causou um prejuízo de cerca de 2 bilhões de dólares na economia da Califórnia.
