Documentário também será exibido no GNT nesta segunda (11) à 0h15

Eu Deveria Estar Feliz, dirigido por Claudia Priscilla, estreia no cinema nessa quinta (07). O documentário, que tem como tema a depressão pós-parto, está em cartaz no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, às 19h30. A produção e distribuição são assinadas pela Feel Filmes, e tem como produtor Ric Vidal, e produção executiva de Ric Vidal e Letícia Friedrich. Na segunda (11), o longa tem sua primeira sessão, à 0h15, no canal GNT.

O filme aborda de maneira franca a depressão pós-parto, a partir da realidade de quatro mulheres que passaram por isso, e, aqui, resgatam sua experiência. Karla é atriz, mora em Niterói (Rio de Janeiro) com seus pais e a sua filha Flor, tem a meditação e a yoga como caminhos de equilíbrio físico e espiritual. Lorena mora em Salvador (Bahia), e é uma mulher de axé, professora, doula e mãe de Vitor. No Espírito Santo mora Bárbara, engenheira florestal, indígena pertencente ao grupo dos tupiniquins, vive com o seu companheiro Luiz e o seu filho Tié e trabalha com agrofloresta. Fernanda é uma arquiteta que mora em São Paulo, divide seu tempo entre seu trabalho e o cuidado de seus dois filhos.

Cada uma delas traçou caminhos distintos para a cura, através de redes de afeto e cuidado, espiritualidade e com ajuda médica conseguiram enfrentar a crise.  Falar sobre depressão pós-parto ainda é um tabu, mesmo que 1 em cada 4 mães no Brasil sofrem pela doença. O documentário mergulha no universo do tema e as possibilidades de cura para tornarem-se mães realizadas.

A diretora e sua equipe ficaram quatro dias com cada uma das quatro mulheres, acompanhando o cotidiano e propondo encontros com familiares e pessoas importantes no processo de vida. Para Claudia, essas conversas imprimem uma intimidade e uma maior densidade. Esses encontros servem para acessar outras camadas das personagens.

“A minha primeira preocupação é fazer um filme com  afeto – em todas as conotações que a palavra traz. Para isso, a construção da intimidade é necessária. Antes de abrir câmera já tinha pensado e discutido  a narrativa fílmica com cada uma delas e isso foi fundamental para a construção de um vínculo de confiança.  A troca é essencial no meu processo criativo. Nesse filme eu estava acessando lugares de dor, mas também estava descobrindo os elos criados pela ética do amor que conduziram suas descobertas como mães”, explica a cineasta.

Para ela, o olhar para a maternidade dessas mulheres no filme também a levou às memórias de seu pós-parto. “A maternidade é uma experiência radical, te move para um novo lugar e é  difícil se reconhecer depois dessa ruptura. É um processo de reconstrução turvo  e não linear. A materialidade da maternidade me  fez renascer e para isso foi preciso morrer em outros lugares. Gosto muito quando a Bárbara fala no filme que a maternidade é sim uma experiência sagrada e por isso não é só boa.  Parir essa mãe é difícil,  pode ser demorado e pode não acontecer. Fomos incentivadas a acreditar que é um processo instintivo e natural, mas a verdade é que somos muito mais complexos do que nos ensinaram.”

A diretora também ressalta a importância de se debater uma questão tão relevante como a depressão pós-parto, ainda mais, levando-a a um público potencialmente maior por meio da televisão. “Eu Deveria Estar Feliz propõe um mergulho no tema através da singularidade das experiências de cada personagem É necessário individualizamos cada história para o aprofundamento de um tema tão delicado como a depressão pós parto. São as vivências desses corpos que nos possibilitam iluminar um pouco esse tema ainda tabu. Eu acredito muito na potência do audiovisual como ferramenta para discussão de temas importantes para a sociedade”.

Serviço – Estreia Nacional de Eu Deveria Estar Feliz

Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, às 19h30 – Shopping Frei Caneca – Rua Frei Caneca, 569, Consolação.

GNT: 11 de setembro à 0h15

 

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