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Mostra de filmes em homenagem aos 100 anos do Manifesto do Surrealismo está disponível na CAIXA Cultural Rio até 22 de dezembro
A mostra de cinema “Sonho é subversão: 100 anos de Surrealismo no cinema” está disponível na CAIXA Cultural Rio de Janeiro até 22 de dezembro, com toda a programação inteiramente gratuita. Em homenagem aos 100 anos do Manifesto do Surrealismo, publicado em 1924 pelo “pai do Surrealismo”, André Breton, serão exibidos 37 filmes, entre curtas, organizados em quatro programas, médias e longas-metragens.
Para mergulhar neste universo, um amplo período da história do cinema será prestigiado: dos anos 1920 até a contemporaneidade. Com o objetivo de discutir a relevância estética e cultural do movimento, conhecido por romper as fronteiras entre sonho e realidade, inconsciente e racionalidade, serão oferecidas, também, atividades extras: dois debates, um sobre sonho, no dia 14/12, às 15h15; outro sobre loucura, no dia 21/12, às 18h; uma masterclass, centrada em exposições surrealistas e no tema do estranhamento, no dia 19/12, às 18h; além de cinco sessões especiais, duas voltadas para o público infantojuvenil, uma com acessibilidade, outras com música ao vivo e música experimental.
A mostra traz obras aclamadas, como Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel, Oito e Meio, de Federico Fellini, A Estrada Perdida, de David Lynch, A Montanha Sagrada, de Alejandro Jodorowsky, O Menino e o Mundo, de Alê Abreu, o clássico da Disney Fantasia, entre outros títulos. A lista também inclui O Retorno à Razão, curta do artista surrealista Man Ray, produzido um ano antes da publicação do Manifesto. A programação completa está disponível no site da CAIXA Cultural e no perfil da mostra no Instagram: @mostrasonhoesubversao. A curadoria é de Aïcha Barat, Ana Gabriela Dickstein e Diogo Cavour, com organização da Lúdica Produções.
Com entrada gratuita, sujeita à lotação da sala, e distribuição de senhas 30 minutos antes de cada sessão, destacam-se os trabalhos de realizadores clássicos do Surrealismo, como Luis Buñuel, Maya Deren, René Clair, Jean Cocteau, Germaine Dulac e Man Ray; de diretores que dialogam diretamente com o movimento, como Federico Fellini, Alejandro Jodorowsky e David Lynch; e de mestres da animação, como Walt Disney e Jan Švankmajer. O pintor espanhol Salvador Dalí também teve participação no cinema, por meio das parcerias com Buñuel e do trabalho no curta Destino, idealizado em conjunto com Walt Disney e lançado postumamente, 58 anos depois, em 2003. Para representar o cinema brasileiro, serão exibidos Viagem ao Fim do Mundo, de Fernando Coni Campos, e Caixa Preta, de Saskia e Bernardo Oliveira. Além dos filmes e das atividades extras, será oferecido um catálogo físico, com textos e imagens, para aqueles que conferirem um ou mais filmes da programação.
Clássicos, sessões musicadas e mais
A sessão de abertura aconteceu na última terça (10) com os clássicos Um Cão Andaluz e A Idade do Ouro. Os dois filmes são dirigidos por Buñuel, frutos da parceria com Salvador Dalí. Depois foi apresentado o programa Curtas 4 – Verdades surrealistas e o programa Curtas 2 – Uma viagem, no qual Destino, curta raro e fruto de uma parceria inédita entre Walt Disney e Salvador Dalí, Dimensions of Dialogue e Darkness, Light, Darkness, ambos do mestre da animação surrealista Jan Švankmajer, estão entre as obras selecionadas.
Entre os destaques, também estão as duas sessões musicadas. No dia 13 de dezembro, sexta-feira, às 18h30, os músicos Mbé e Lcuas Pires farão uma apresentação ao vivo, com música de improviso, para acompanhar a sessão de curtas Linhas serpentinas, que inclui os filmes Anémic Cinéma (Marcel Duchamp, 1925), Synchromy No. 2 (Mary Ellen Bute, 1935), Synchromy No. 4 (Mary Ellen Bute, 1938), Tramas do Entardecer (Maya Deren, 1943) e Um Cão Andaluz (Luis Buñuel, 1929). No dia 15 de dezembro, às 16h45, será a vez da sessão Cine Orquestra Soundpainting Rio, em versão de bolso, com a apresentação de Taiyo Omura, Marcelo Conti e Érica Live. Eles farão uma exibição performática de Tramas do Entardecer (Maya Deren, 1943) e A Concha e o Clérigo (Germaine Dulac, 1928), a partir da mistura de linguagens gestuais e música experimental ao vivo. O grupo já realizou mais de 25 cineconcertos, com diferentes clássicos do cinema silencioso.
A programação também foi pensada para as crianças, que poderão aproveitar as férias para assistir a duas animações: no dia 21, sábado, às 14h30, O Menino e o Mundo, filme dirigido pelo brasileiro Alê Abreu e que concorreu ao Oscar de Melhor Animação em 2016, e, no dia 22, domingo, às 14h, Fantasia, um clássico da Disney que inovou o gênero.
Considerado um dos melhores filmes de todos os tempos, O Anjo Exterminador (1962), de Buñuel, terá duas sessões: uma no dia 11, às 18h05, e outra, com legenda descritiva, no dia 17, terça-feira, às 14h.
Além disso, a mostra vai exibir três curtas-metragens da realizadora estadunidense Maya Deren, cujo trabalho foi fundamental para o cinema experimental. São eles: Tramas do Entardecer (1943), At Land (1944) e Ritual in Transfigured Time (1945). Ela e o artista Joseph Cornell serão temas da mesa de debate sobre poéticas surrealistas no dia 21 de dezembro, às 18h. Outras cineastas consagradas também serão prestigiadas: a checa Věra Chytilová, com As Pequenas Margaridas (1966); a francesa Germaine Dulac, com A Concha e o Clérigo (1928); e a também estadunidense Mary Ellen Bute, com Synchromy No. 2 (1935) e Synchromy No. 4: Escape (1938).
Atividades Paralelas
Masterclass
Professor do Departamento de Filosofia da PUC-Rio, Luiz Camillo Osorio ministrará a masterclass “As exposições surrealistas e o desafio de (não) legitimar o estranhamento” no dia 19 de dezembro, quinta-feira, às 18h. Tendo surgido como um movimento de ruptura com o sistema da arte, o surrealismo foi aos poucos repensando e reconfigurando o próprio sentido de ruptura. Marcel Duchamp, interessado em inserir no interior das instituições uma explosividade corrosiva, foi um artista que transitou pelo movimento sem ter sido de fato um surrealista. A partir da década de 1930, passou a trabalhar na montagem de exposições surrealistas e sempre fez delas um gesto de rebeldia criativa. Esta palestra discute o sentido destas exposições e seu legado na história da arte.
Debate
As mesas de debates propõem a ampliação das discussões levantadas pelos filmes exibidos na mostra a partir da relação do Surrealismo com as Ciências Humanas e o cinema das vanguardas.
A psicanalista Heidi Coelho e a pesquisadora e curadora de arte Nathalia Grilo estarão na primeira mesa de debate, intitulada “Indícios do sonho: surrealismo, psicanálise e negritude”, no dia 14 de dezembro, sábado, às 15h15. Eles discutirão a relação de respeito e subversão dos surrealistas com o pensamento de Freud e de filósofos como Nietzsche e Walter Benjamin, além de conversarem sobre o surrealismo negro e os pensamentos de Suzanne Césaire, Edouard Glissant e Amiri Baraka, no contexto das diásporas negras.
Já a segunda mesa, “Fica a loucura: poéticas surrealistas em Maya Deren e Joseph Cornell”, com a cineasta Ana Costa Ribeiro e o gerente da cinemateca do MAM Rio Hernani Heffner, será no dia 21 de dezembro, sábado, às 18h. Eles vão abordar as filmografias essenciais para o desenvolvimento de vertentes diversas do Surrealismo, como Tramas do Entardecer (Deren, 1943), At Land (Deren, 1944) e Rose Hobart (Cornell, 1936).
Serviço: Mostra “Sonho é subversão – 100 anos de Surrealismo no cinema”
Data: 10 a 22 de dezembro
Local: CAIXA Cultural Rio de Janeiro – Unidade Passeio – Rua do Passeio, 38 – Centro, Rio de Janeiro/RJ
Classificação etária: consulte a programação
Retirada de ingressos para os filmes: 30 minutos antes de cada sessão ou atividade programada
Horários da bilheteria: Terça a sábado, 13h às 19h, e domingos e feriados, 13h às 17h
Acesso para pessoas com deficiência
Entrada gratuita
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