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Trilogia Imagens do Inconsciente e documentários sobre museus comunitários chega ao IC Play em 15 de fevereiro
No dia 15 de fevereiro, completam-se 120 anos do nascimento de Nise da Silveira (1905-1999), psiquiatra alagoana que revolucionou o estudo e o atendimento a transtornos psicológicos no Brasil. Em celebração à data, no dia 14 (sexta-feira), a Itaú Cultural Play, plataforma de streaming gratuita de cinema brasileiro, exibe Imagens do inconsciente (1986), trilogia documental de Leon Hirszman (1937-1987) — renomado diretor do filme Eles Não Usam Black-Tie (1981), também presente na IC Play –, que capta a produção artística de Carlos Pertuis, Fernando Diniz e Adelina Gomes. Os três foram internos do ateliê terapêutico que Nise comandou no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Rio de Janeiro.
No mesmo dia, entram no catálogo dois documentários que exploram o legado e o funcionamento do Acervo da Laje, em Salvador, na Bahia, e do Museu da Maré, no Rio de Janeiro, ambos importantes museus comunitários brasileiros. Dirigidos por Fabia Fuzeti, os filmes integram o curso autoformativo Experiências educativas em museus comunitários, da Escola Fundação Itaú (www.fundacaoitau.org.br/escola).
Cura pela arte
Em 1946, Nise fundou a Seção de Terapêutica Ocupacional e Reabilitação (Stor) no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, onde trabalhava. O principal objetivo da ala era estimular os clientes — como a médica chamava seus pacientes — a se expressarem a partir da arte. O tratamento conduzido por Nise, baseado na manifestação artística e no atendimento individualizado e humanizado, revolucionou a psiquiatria no país, em uma época na qual os procedimentos comuns incluíam a lobotomia, o eletrochoque e o choque insulínico.
A primeira parte da trilogia, A barca do sol acompanha Carlos Pertuis (1910-1977), que foi internado aos 29 anos, em 1939, após se deslumbrar com uma visão cósmica, chamada por ele de “Planetário de Deus”. Anos depois, ele começou a frequentar o ateliê de Nise, iniciando uma incansável e premiada trajetória como artista. O carioca chegou a criar mais de 20 mil obras, entre desenhos, pinturas e modelagens.
O documentário Em busca do espaço cotidiano, por sua vez, conta a história de Fernando Diniz (1918-1999), homem negro e pobre, vindo da Bahia e filho de costureira, também tratado por Nise a partir de 1949. Ora figurativo, ora abstrato, seu trabalho foi desenvolvido em pinturas, desenhos, tapetes e esculturas, com destaque para a representação de mandalas. Sua trajetória artística deu origem a mais de 30 mil obras.
A artista plástica fluminense Adelina Gomes (1916-1984) é a protagonista de No reino das mães. Filha de camponeses pobres, foi internada aos 21 anos, três após se revoltar contra a mãe, que não aceitava o seu casamento, e estrangular a gata da família. No ateliê, a moça, antes retraída, passou a criar desenhos, pinturas e esculturas. Flores e figuras humanas podem ser vistas em sua produção, que soma mais de 17 mil obras.
Curadorias revolucionárias
Outra novidade da IC Play é a entrada de dois documentários sobre museus que ampliam os conceitos acerca de centros culturais, o Acervo da Laje, em Salvador, e o Museu da Maré, no Rio de Janeiro. Os filmes fazem parte do curso autoformativo Experiências educativas em museus comunitários, que apresenta um panorama da ação educativa não formal em museus não hegemônicos e foi lançado no ano passado pela Escola Fundação Itaú.
Localizado no subúrbio ferroviário da capital baiana e inaugurado em 2011 pelo casal de pedagogos José Eduardo e Vilma Santos, o Acervo da Laje é voltado à preservação da cultura e da história da região. Neste documentário, somos conduzidos por Bel Santos Mayer, educadora social, ativista do livro e uma das consultoras do curso, pela essência do espaço, que olha para a poética da periferia soteropolitana a partir de uma curadoria afetiva e voltada para todos os públicos, reunindo obras de artistas invisibilizados.
O Museu da Maré, por sua vez, conta a história da ocupação da região do Complexo da Maré e tem um acervo composto por fotografias, publicações, fitas de vídeo e áudio, jornais e mapas, que exploram o cotidiano e os costumes dos habitantes da comunidade. Inaugurado em 2006 por moradores, o local se tornou um exemplo por apresentar a cultura do Rio de Janeiro a partir da visão da zona norte e da periferia.
Os espectadores que quiserem conhecer outras iniciativas parecidas podem acessar o curso no site da Escola Fundação Itaú, que também aborda o Ecomuseu de Belém (PA), o Ponto de Memória Estrutural (DF) e o Museu Comunitário Engenho do Sertão (SC). Todos os cursos da Escola são gratuitos. Basta entrar em www.fundacaoitau.org.br/escola.
Sobre o curso
O curso Experiências educativas em museus comunitários apresenta um amplo panorama da ação educativa não formal em tipologias de museus e centros culturais não hegemônicos (pontos de memória, sociomuseus, museus comunitários, museus de periferia, museus de território, ecomuseus, museus orgânicos etc.) a partir da ação de instituições nas cinco regiões geopolíticas do Brasil.
Esses museus, organizados e mantidos por meio de laços comunitários, são oriundos das reformulações e da ampliação dos paradigmas museológicos por meio de um movimento internacional conhecido como museologia social. No Brasil, os conjuntos de práticas da corrente da sociomuseologia, a democratização da noção de espaços museológicos e o uso político do termo “museu” constituem instrumentos de resistência e autonomia de diversos grupos sociais na seleção, na pesquisa, no processamento, na manutenção, na divulgação e na valorização de suas próprias práticas sociais, de suas memórias, histórias e tradições.
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