Além da Ilusão tem uma ótima proposta, um elenco talentoso encabeçado por Natalie Portman, um ótimo trabalho de direção de arte com uma competente ambientação da época, assim como os figurinos, mas tem um problema muito grande no roteiro a na condução da história. A diretora Rebecca Zlotowski respeitada por trabalhos anteriores acabou se perdendo tanto na direção quanto no roteiro que escreveu em parceria com Robin Campillo. E quando alicerce do filme não funciona, atrapalha o resultado final.

O roteiro deixa muitos buracos na história que fica perdida em meio ao bom trabalho técnico da equipe. Uma pena, já que o filme tem tudo para ser muito bom, mas sem uma história bem contada perde muito como conjunto da obra.

A história a que se propõe fala sobre duas irmãs americanas que viajam para Paris para exibições dos poderes mediúnicos da irmã caçula Kate Barlow interpretada Lilly-Rose Depp que é acompanhada da irmã mais velha, Laura, interpretada por Natalie Portman que é a empresária da irmã.   Ao fazer uma apresentação ela impressiona um importante produtor de cinema, André Korben vivido por Emmanuel Salinger. André é um polonês com cidadania francesa e uma figura bem-sucedida e respeitada na França. Ele se impressiona com os poderes de Kate e se aproxima cada vez mais das duas irmãs.  Até então, tudo ok, mas quando a história se perde você começa a fazer uma série de perguntas que ficam sem respostas. A lógica de acontecimentos foi posta de lado, talvez acreditando que o potencial e carisma de Natalie Portman fossem suficientes para sustentar o filme.

A direção de fotografia é assinada por Georges Lechaptois, o mesmo que trabalhou com a diretora em “Grand Central”      faz um bom trabalho na qualidade das imagens. A opção por uma paleta mais escura dar um ar mais nebuloso foi acertada, em transmitir um clima da Paris em meio a Segunda Guerra Mundial.  O problema é que a Guerra é quase inexistente no longa.

A direção de arte é sem dúvida um dos pontos fortes do filme. Katia Wyszkop criou adereços de cena que transmitiam com precisão as informações necessárias para fazer uma leitura do local, dos personagens, da classe social, da cultura, onde vivem. Cada peça foi colocada com cuidado em respeitar a linha histórica de cada personagem.

O elenco tem Natalie Portman que sempre fez boas escolhas de trabalhos e tem um Oscar. A filha de Jonnhy Depp, Lilly-Rose Depp interpreta a jovem médium Kate, mas não alcança o mesmo patamar de interpretação de Natalie Portman no filme. Parece que falta algo na personagem.   Emmanuel Salinger está bem como André, mas nada de excepcional.

 

O resultado final é que o filme não alcança o patamar a que pretendia, mas pode dizer que é um filme tecnicamente bom, só faltou contar uma história.

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