Uma coisa é certa, a Marvel/Disney conseguiu seu melhor acerto com a franquia Guardiões da Galáxia. Apesar de fazer parte do universo dos heróis Marvel, ele se basta, não precisa de outros filmes para se completar. Para quem gostou do primeiro filme que surgiu como uma grata surpresa saindo da mesmice, o segundo é um filme que não quer te surpreender e sim te envolver, te divertir e te emocionar. E consegue! Os personagens têm mais profundidade nas suas histórias de vida e nas suas relações. O visual é deslumbrante, tanto na fotografia, quanto nos efeitos e na direção de arte. O elenco parece ter mergulhado mais em seus personagens nos proporcionando ótimos momentos bem dosados entre risos, gargalhadas e lágrimas de emoção tudo regado a uma ótima trilha sonora criada por Tyler Bates.
Guardiões da Galáxia Volume 2 é a sinfonia divertida de James Gunn!
E falando em James Gunn, o diretor deixa sua marca como um habilidoso contador de histórias. Isso acontece quando o diretor sabe muito bem o que quer com sua história e entende seus personagens. Só assim ele consegue tirar o melhor de seu elenco. Não adianta o filme contar com atores maravilhosos se o diretor não souber como é o personagem e o que quer dele. Ele precisa saber como traduzir isso para o seu elenco e saber tirar o melhor de cada ator, de cada atriz nos momentos certos. O carisma de um personagem vem da compreensão e da tradução do personagem criado pelo roteirista, que traduz para o diretor, que consequentemente traduz para o elenco que por fim, traduz para o público.
O elenco está ótimo proporcionando ótimas cenas e bons diálogos. Os Guardiões foram formados no primeiro filme com cinco desajustados sem família que encontraram um no outro a família que foi tirada deles. Aqui a intimidade e o entrosamento entre eles são maiores e mais fortes. Eles gritam, brigam, se implicam, mas são unidos acima de tudo, como uma família.
O líder dos Guardiões é Peter Quill vivido por Chris Pratt que está cada vez melhor como o Senhor das Estrelas, o codinome de Quill. Zoe Saldana está muito bem como Gamora, mas está mais amável do que antes. Mas tem um motivo.
Dave Bautista está hilário como Drax, o destruidor que se mostra mais descontraído, e como Quill, tem seu toque infantil divertido. O difícil foi fazer um filme com 2 horas de duração em que dois dos personagens mais carismáticos dependem da equipe de efeitos visuais e de seus dubladores. Rocket e Groot que agora é baby Groot, o personagem mais fofo do cinema. Rocket é dublado por Bradley Cooper que imprime um ótimo desenho de voz para Rocket. E Vin Diesel merece aplausos por dar o toque de carisma de baby Groot.
Outros personagens do primeiro filme que retornam são: Nebulosa, a irmã revoltada de Gamora vivida por Karen Gillian que mergulhou 100% no personagem começando por raspar a cabeça. Nesse filme vamos conhecendo melhor quem é Nebulosa e sua história com Gamora. Michael Rooker retorna com seu Yondu que mostra um personagem mais rico de conteúdo do que no filme anterior. James Gunn aproveitou melhor o personagem do seu irmão Sean Gunn, Kraglin, que é o parceiro de Yondu.
As novas aquisições são: Kurt Russel que interpreta Ego, o pai de Peter Quill. Pom Klementieff que interpreta a divertida Mantis, Elizabeth Debecki como a líder Ayesha e Sylvester Stallone como o líder dos saqueadores.
Um dos pontos mais esperados desse filme é a trilha sonora que é ótima! Ela é um personagem à parte e enriquece muito o filme. Tyler Bates conseguiu imprimir uma trilha que tem linha de condução da história deixando o filme mais divertido. As canções “Mr. Blue Sky” de Electric Light Orquestra, “My Sweet Lord” de George Harrison, “Father and Son” de Cat Steffens são algumas das canções que ajudam a desenhar as cenas que elevaram o grau de qualidade do filme.
A direção de fotografia ficou por conta do britânico Henry Braham que trabalhou muito bem os contrastes de claro e escuro, valorizou os coloridos nos personagens e cenários.
A direção de arte é de Jann Engel é caprichada nos adereços de cena, locações, os conceitos de cada local com identidade própria. Ela caprichou nos detalhes. Não poderíamos esperar menos de alguém que tem ótimos trabalhos no currículo como: “Três Reis”, “Vingadores”e “Homem Formiga”.
O figurino e a maquiagem ficaram por conta de Judiana Makovisky que merece nossos respeitos por assumir duas funções importantes e ter conseguido um resultado tão bom. O uniforme do Baby Groot ficou tão fofo que é capaz vender bastante boneco com essa roupa. A maquiagem continua perfeita.
Os efeitos visuais são um show à parte. Eles enriquecem a história visualmente. Assim como os efeitos sonoros que proporcionam uma sensação de estar dentro da ação.
A montagem do trio formado por Fred Raskin, Craig Wood, Kathryn Himoff fecharam com chave de ouro. Se você prestar atenção nesse detalhe vai reparar que o filme tem um bom ritmo e o tempo de transição adequados para embarcar na história viajando por 2 horas pela galáxia.
Se quiser que sua viagem fique melhor ainda, vale a pena encarar um ingresso mais caro e assistir em uma sala com tecnologia como 3D, IMAX, XPlus e Kinoevolution. Isso por conta da qualidade técnica que essas salas proporcionam.
Guardiões da Galaxia Vol.2 é bem dosado na comédia, drama, ação, aventura, ficção científica e mesmo sendo uma história do mundo imaginário, ele consegue ser próximo de todos nós com tema universal, as relações humanas. Esse é com certeza um dos melhores filmes do ano.
