Com uma ousadia que já é marca registrada sua, Christopher Nolan sempre nos entrega um trabalho que nos faz refletir sobre diversas vertentes. Depois de já ter percorrido o subconsciente humano (“A Origem”), o campo da ficção científica (“Interestelar”) e brincado no universo dos super-heróis com “Batman – O cavaleiro das Trevas”, o diretor se inspirou em uma das batalhas menos conhecidas da Segunda Guerra Mundial para fazer seu mais novo e espetacular filme: “Dunkirk”.

Baseado em fatos, o filme conta a história da evacuação militar britânica da cidade francesa de Dunquerque em 1940, conhecida como Operação Dínamo. Como a praia era muito rasa, acabou sendo um obstáculo para os navios de guerra se aproximarem e resgatarem seus soldados. A única alternativa foi convocar os barcos civis para fazerem esse “serviço”, proporcionando a sobrevivência de milhares de militares, mesmo que as perdas tenham sido significativas. O fato desse episódio ser pouco divulgado é por conta de que ele foi considerado um dos maiores fracassos da segunda guerra, o que não é verdade.

Por mais que o filme tenha um elenco mesclado com veteranos (Como Kenneth Branagh e Mark Rylance) e novatos (Harry Styles, ex-One Direction), não há um protagonista específico que, nesse caso, pode ser considerado o próprio longa como personagem principal. “Dunkirk” se divide em 3 pontos de vista: O ar, a terra e o mar para contar a história dos guerreiros que lutaram com unhas e dentes para poderem resguardar a vida das tropas aliadas que eram ameaçadas pelos alemães.

Com poucos diálogos (Mas os poucos que tem são bem colocados e intensos), o filme se vale da primorosa mixagem de som, associada à trilha sonora composta pelo alemão Hanz Zimmer, parceiro de longa data do diretor . Além disso, a fotografia estupenda de Hoyte Van Hoytema nos proporciona um espetáculo visual sem precedentes na história do cinema, somado ao pouco uso de efeitos especiais mirabolantes, optando pela incrível reconstituição de época. Outro ponto que vale a pena destacar é um trabalho sem cenas grotescas, onde não se vê sangue jorrando e vísceras à mostra, como a maioria dos exemplares do gênero e a montagem, fazendo com que “Dunkirk” seja atemporal, mesclando o passado com o presente, mas deixando tudo compreensível em determinado momento.

Para finalizar minhas impressões sobre esse espetacular trabalho, pode-se dizer que Christopher Nolan atingiu o ápice da competência cinematográfica, nos proporcionando um filme visceral sem ser grotesco, lindo sem ser cansativo e primoroso sem ser carregado. A partir daí a corrida para o Oscar 2018 já começa agora com a sua estreia no grande circuito. E para terem imersão total no trabalho, vale a pena assistir numa sala com um excelente sistema de som (Tipo IMAX ou 4DX), pois esse é o grande e surpreendente diferencial.

 

  • FILME
  • DIREÇÃO
  • MIXAGEM DE SOM
  • FOTOGRAFIA
  • DIREÇÃO DE ARTE
  • MONTAGEM
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