https://www.youtube.com/watch?v=Ui8se5pwnMs

Em uma adaptação muito mal roteirizada sobre o clássico de William Shakespeare, o diretor de Cinema e de espetáculos teatrais, William Oldroyd, resolveu ser, no mínimo, ousado com a livre adaptação do romancista russo, Nikolai Leskov, que escreveu o livro LADY MACBETH DO DISTRITO DE MTZENSK, na segunda metade do século XIX (1865), baseado exatamente na obra prima de Shakespeare, escrita no início de século XVII.

Para quem não conhece a criação, a trama do dramaturgo inglês, faço um resumo da história. A mesma se passa na Escócia, onde mora seu esposo, o nobre Lord Macbeth. Lady Macbeth convence o seu cônjuge a matar o soberano da Escócia, Rei Duncan I. Em fatos históricos ainda não comprovados, o Rei Macbeth da Escócia sucedeu o trono, em algumas versões através de uma batalha com então Rei Duncan I, em outras versões ao ceder às incitações e estímulos de sua esposa.  De qualquer forma, para quem não sabe, Shakespeare escreveu essa tragédia baseado em alguns livros de crônicas à época.

Muito bem! Situados agora? Este drama foi encenado em Teatro e o papel interpretado por várias atrizes no Cinema. Entre elas, Vivien Leigh, Simone Signoret e Judi Dench. Dessa vez, quem a interpreta, não como a própria Lady Macbeth, e sim, interpretando o nome real da personagem no filme, Katherine, é a atriz britânica, Florence Pugh.

Logo na primeira cena, Katherine está em uma igreja, repetindo a homilia do padre, em pequeno povoado rural, no interior da Inglaterra. Sem muitas explicações roteirizadas, a protagonista vê-se em um arranjo matrimonial (muito comum à época) com um rico latifundiário Alexander Lester, interpretado pelo ator também britânico, Paul Hilton (O Morro dos Ventos UivantesWuthering Heights, 2011).

Apesar da ausência do marido, Katherine mostra a sua rebeldia constante e é fortemente controlada pelo seu sogro, o dominador Boris Lester, brilhantemente representado pelo ator Christopher Fairbank (O Quinto ElementoThe Fifth Element, 1997 e Piratas do Caribe: Navegando em Águas MisteriosasPirates of Caribbean: On Stranger Tides, 2011). Mas Katherine não está sozinha. Ela acaba contando com a cumplicidade de uma de suas criadas, Anna, defendida pela atriz americana, Naomi Ackie (Série britânica, Ficção Científica, Doctor Who, 2015). A relação desta para com a sua patroa é mistura entre admiração, cumplicidade, voyeurismo, inveja e raiva.

Florence Pugh
Naomi Ackie

Sentindo-se sozinha e pressionada pelo sogro ao ter bons comportamentos de uma senhora da aristocracia “rural” britânica, Katherine é apresentada a um dos empregados da fazenda onde mora, o rústico Sebastian, concebido pelo cantor e ator norte-americano, Cosmo Jarvis. A relação entre ambos torna-se intensa e o clima de suspense mais ainda carregado, com um tempero de Alfred Hitchcock no filme. Para ter e manter a sua liberdade, Katherine não mede esforços em cometer vários assassinatos (e um deles que deixou o colunista chocado) e a sangue frio.

Cosmo Jarvis

Geralmente, classificamos desta forma, a escala de satisfação:

  • Ótimo/Excelente;
  • Bom;
  • Regular;
  • Fraco;
  • Péssimo

Algumas características deste filme estão bem acentuadas, como por exemplo, a defesa da liberdade da mulher em suas escolhas, a sua independência em relação ao pátrio poder do sexo masculino. Por incrível que possa parecer, quem rouba a cena do filme, é o gato de Katherine. Vejam o filme e vocês entenderam o porquê! O roteiro, escrito por Alice Birch é regular, chegando a fraco. Vale à pena mesmo assisti-lo SOMENTE pelas atuações dos atores.

Wellington Lisboa.

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Wellington Lisboa, nascido no bairro das Laranjeiras (mas não é tricolor), formou-se e por duas vezes em Comunicação Social, nas habilitações de Publicidade & Propaganda e Relações Públicas, pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso - FACHA, após cursar a disciplina 'Comunicação & Cinema', com o Professor Carlos Deane, percebeu que o Cinema poderia se tornar a Sétima Arte em sua vida. O falecido Coordenador do Núcleo Artístico e Cultural (NAC), Heleno Alves, propôs a ideia de criar um coral. Foi quando o nosso crítico e colunista enveredou pelo caminho musical. Criado o Coral da FACHA e, logo depois, rebatizado com o nome de DANOCORO, Wellington Lisboa, construiu uma carreira musical, junto com o grupo, ao longo de quase quinze anos. Após concluir as duas habilitações, ele cursou Letras (Português - Italiano) na UFRJ mas, não terminou. Entitulando-se 'um eterno ser em busca de si mesmo', Wellington Lisboa enveredou pela graduação em Cinema, foi quando (re)descobriu que o Jornalismo caminha junto com esta arte.

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