O filme foi adaptado do livro autobiográfico escrito por Jeannette Walls. Ir ao cinema para assistir um longa baseado em fatos reais é sempre interessante, e ainda mais quando tem um elenco repleto de talentos como Woody Harrelson, Naomi Watts e a vencedora do Oscar 2017 Brie Larson. Castelo de Vidro pode ser definido como um filme interessante por contar com uma história real de uma família que beira a excentricidade dos pais e a tentativa dos quatro filhos do casal se ajustarem em um mundo normal. Os pais eram fora do padrão e os filhos só queriam uma vida normal, como qualquer jovem, casa, comida, escola e apoio e proteção dos país. O que não acontecia com eles. Os quatro irmãos se unem para se proteger das loucuras dos pais, buscando a tão sonhada normalidade.

O roteiro trabalha a história contada no tempo atual intercalada de flashbacks da infância complicada dos quatro jovens. A trama é centrada na vida da escritora e jornalista Jeannette Walls que é a segunda filha do casal e a filha mais próxima do pai. O que gera mais conflitos entre pai e filha. Quando a quebra do mito é colocada em prática, a dura Jeanette precisa se posicionar em relação ao pai para que sua vida possa transcorrer na normalidade tão sonhada. Os diálogos são trabalhados em cima das muitas entrevistas com os Walls da vida real.

O elenco é bom, mas a diretora de casting somente levou em conta o talento dos atores e esqueceu de detalhes importantes para tornar a história crível, A atriz Naomi Watts foi escalada para ser a mãe e Woody Harrelson, o pai. Até esse ponto, tudo bem, mas Naomi Watts ser mãe da Brie Larson não funcionou tão bem. Embora a maquiagem estivesse dentro do padrão, a mãe caracterizada em uma mulher largada, humilde ainda estava mais bonita que a filha toda produzida. A dupla Harrelson e Watts funciona bem em cena e os oito atores que interpretam os quatro filhos em duas fases estão bem caracterizados.

A personalidade forte da segunda filha aparece na tela com a força do talento da jovem atriz Ella Anderson que interpreta a personagem aos 10 anos. Essa atriz mostra uma enorme capacidade de atuação. Ela passeia entre as fases da Jeanette mostrando a doçura, a admiração, a decepção, a amargura e tantos outros sentimentos que compõe a personagem de forma única. E Brie Larson aproveita as nuances de Ella Anderson para deixar sua Jeanette mais amarga, mais revoltada. Larson interpreta a personagem na fase adolescente até a fase adulta.

A grande atuação fica mesmo por conta Woody Harrelson que se entrega ao excêntrico personagem fazendo com que tenha momentos que o público se encante com ele e em outros que cause um certo choque com suas atitudes bizarras.

A direção de arte é um dos pontos chaves para localizar melhor o espectador de quem são aquelas pessoas. O figurino também ajuda a construir informações sobre cada um deles. A trilha sonora funciona, mas não tem nada marcante. A montagem do filme poderia ter um pouco mais de definição na mudança das três fases de tempo no filme. O filme tem algumas falhas de continuidade como a cena em que Jeanette entra em um banheiro em um restaurante sem batom e sem bolsa e sai com batom. Esses pequenos detalhes podem não fazer muita diferença no conjunto da obra, mas aqui mostra que cada detalhe tem sua importância e merece cuidado para a dar a credibilidade necessária.

No fim, o diretor havaiano Destin Daniel Crenton conseguiu realizar um bom trabalho em seu primeiro longa. O diretor já dirigiu um filme para TV, um documentário e alguns curtas. O resultado é um bom filme, apesar de seu começo ser um tanto arrastado. Apesar disso, vale a pena ficar até o fim para ver como se desenrolou a história dos Walls e as boas atuações do elenco que é um ponto a mais para o diretor. Não adianta ter atores supertalentosos se o diretor não souber como dirigi-los. E nesse ponto Crenton acertou em cheio.

 

 

 

 

 

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