Com estréia mundial marcada para 05 de Agosto de 2016, chega aos cinemas, o “Esquadrão Suicida”, a nova aposta da DC Comics–Warner Brothers, para acirrar a disputa pela liderança do mercado cinematográfico de super heróis. Porém, a proposta agora é inédita: Ao contrário do que foi escrito aqui, não estaremos lidando com “super-herois”, e sim com… super-vilões!
O Esquadrão Suicida é uma Força Tarefa americana, comandada pela severa e inescrupulosa Amanda Waller, vivida na atuação magnífica de Viola Davis, que aproveita a “mão-de-obra” dos prisioneiros, chantageando-os em nome do Governo para usarem suas capacidades e cumprir missões quase impossíveis, enganando a todos sobre a natureza das mesmas e ainda fazendo-os de culpados caso a missão falhe.
O filme possui um roteiro redondo, com uma ameaça inesperada que faz sentido, enquanto consegue cumprir habilmente a missão de apresentar os integrantes do grupo de uma forma coesa, sem cansar o espectador. Isto é, exceto por um certo escalador de paredes, previsivelmente encaixado apenas para mostrar que todos os membros ali, são dispensáveis. O destaque vai para a divertida Alerquina de Margot Robbie, que arranca boas risadas com seus devaneios de sanidade mental misturados a uma falsa e deliciosa inocência. A trilha sonora confere um ar nostálgico e os efeitos especiais estão excelentes. A maquiagem usada em Magia (Cara Delevigne), por exemplo, a torna uma assustadora Bruxa, de fazer inveja a qualquer filme de terror.
Outro apontamento interessante que se deriva do filme, é a oportunidade de lançar um novo Coringa neste imberbe Universo DC, em construção desde 2013 após o advento de “Man of Steel” (Homem de Aço). Jared Leto teve a difícil missão de encarnar o personagem, algo que gerou uma grande expectativa no público. O ator, ou talvez a Direção, optaram por dar-lhe um tom diferente, algo mais gangster, mafioso ou mesmo rapper, há quem diga. Estranhamente, vê-se momentos onde o Coringa parece mais, estar possuído, do que de fato, louco. Verdade seja dita, Leto é um ator fantástico, contudo, aqui, mesmo com uma pegada diferente, seu nível da atuação passa distante do vencedor do Oscar Heath Ledger, como o Palhaço do Crime, em “Batman: Cavaleiro das Trevas”, de 2008.
Garantidamente, a película é um bom divertimento, escrita de forma fiel aos quadrinhos. Peca, no entanto, quando a vilania começa a demonstrar sinais de bondade. Nas HQs, o mundo pode estar explodindo e ainda assim, haverá disputa, oportunismo, traição, conflitos egóicos e todos pensarão em seus próprios umbigos. Já no filme, nota-se uma certa catequização dos personagens. E isto é uma pena, pois acaba-se apagando todo charme e a proposta inicial do grupo. A DC deve ter em mente, que as personalidades sociopatas devem ser mantidas, esse é o conflito principal que move a dinâmica tensa das relações dos integrantes. O Esquadrão Suicida deve ser um filme sobre vilões e ponto final. Deixem para fazer um sobre mocinhos com “Liga da Justiça”.