Quando o diretor e o roteirista são a mesma pessoa, vemos um filme fluir com naturalidade. E aqui Matt Ross transportou com muita competência e beleza para a tela a excêntrica história da família Cash.

Para quem não está ligando o nome à pessoa, Matt Ross também é ator e tem em seu currículo filmes como “Silicone Valley”, “Psicopata Americano”, “Boa Noite, Boa Sorte”, “A Outra Face”, “As Férias da Minha Vida” e “O Aviador”, além das séries: “American Horror History”, “CSI: Miami”, “Numb3rs” e “O Toque de um Anjo”.

O roteiro é bem trabalhado em todos os aspectos, tanto na sequência de acontecimentos, quanto na construção dos personagens e seus diálogos. Outro acerto foi o elenco. O personagem mais difícil era o protagonista Ben Cash vivido pelo ator Viggo Mortenzen que mergulha de cabeça na excêntrica lógica desse personagem. O ator ficou mais magro para dar veracidade ao Bem que é um radical naturista com uma filosofia própria. Os jovens atores que interpretam os seis filhos foram muito bem escolhidos. A começar pelo filho mais velho, Bodevar interpretado por George Mackay, que mostra um jovem doce, inteligente e o mais diplomático da família. O outro menino é Rellian vivido por Nicholas Hamilton que se mostrou um ator intenso e talentoso. É o filho rebelde que questiona o pai. O outro menino é o caçula Nai, um menino como tantos de sua idade, mas que vive em outra realidade. As meninas são ótimas. As duas maiores vividas pelas escudeiras do pai, a ruiva Vespyr  vivida por Annalise Basso e Kielyr vivida por Samantha Isler. A caçulinha Zaja vivida pela fofa Shree Crooks é quem protagoniza as cenas mais engraçadas. O brilho mais intenso desse elenco está nas mãos de Viggo Mortensen que abre mão de sua vaidade para dar vida a um sujeito que vive dentro de uma filosofia alternativa completamente fora da estrutura social que vivemos. Ficou mais magro, cabelos e barba grandes e se transformou no Ben que nada nos lembra o Aragorn da trilogia “Senhor dos Anéis.” Outros atores tem seus momentos como Frank Langella, como o sogro de Ben, Steve Zahn e Kathryn Hahn fazem Dave e Harper, os cunhados de Ben.

A história é inusitada, diferente e intrigante. Em que mostra alguém que quer romper a estrutura de sociedade organizada e criar uma nova. Matt Ross mostra a forma como Ben vive e como cada ato se desencadeia com os prós e os contras e cada um pode tirar suas próprias conclusões.

Tecnicamente o filme é bem feito e tem lindas tomadas valorizadas pela fotografia de Stéphane Fontaine. A direção de arte é bem interessante e ajuda a contar a história e passar informações sobre cada personagem. A Trilha sonora é ótima e protagoniza a cena mais bonita de todo o filme, quando a família canta a música favorita da mãe. A montagem é outro ponto positivo e imprime um bom ritmo.

Com certeza um dos melhores filmes do Festival!

 

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